INVESTIGAÇÃO PARTICIPATIVA COM CRIANÇAS: PERCEPÇÃO DAS MUDANÇAS DO PRIMEIRO PARA O SEGUNDO ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Larissa Pacheco dos Santos, Larissa Tirelli de Araújo, Carine Josiele Wendland, Marina Luiza Hermes, Susana Beatriz Fernandes

Resumo


O presente estudo é resultado de reflexões oriundas de um trabalho de pesquisa intitulado “Como as crianças percebem as mudanças do primeiro para o segundo ano do Ensino Fundamental”, desenvolvido na disciplina de Seminário Temático em Educação I, do Curso de Pedagogia. Essa pesquisa é de natureza qualitativa e seus sujeitos são crianças com idade entre sete e nove anos que cursaram o segundo ano do Ensino Fundamental em uma Escola Estadual do município de Santa Cruz do Sul. Com este estudo, objetivamos conhecer como as crianças percebem e reagem às mudanças de um ano letivo para outro, especialmente do primeiro para o segundo ano do Ensino Fundamental. Além disso, buscamos compreender como essas mudanças, expressas pelos discentes ao longo da pesquisa, poderiam influenciar em sua aprendizagem e em seu dia a dia em sala de aula. Podemos refletir também sobre a questão da continuidade e da descontinuidade das práticas pedagógicas no tocante à organização espacial e temporal, levando sempre em conta as interações e como o brincar é visto na sala de aula. Assim, apresentamos reflexões sobre a opinião que os educandos possuíam a respeito dessa passagem. Para isso, utilizamos a pesquisa participativa que preza pela ética e busca discutir com os sujeitos (as crianças) o método de pesquisa, as dinâmicas, as fases e as ações que podem ser realizadas ao longo do processo, fazendo desse um participante ativo, um pesquisador. Após analisar os materiais produzidos, podemos perceber que as crianças sentem inúmeras transformações de um ano para outro, tanto no que que se refere à parte pedagógica quanto às relações que se estabelecem no ambiente escolar. Muitas demonstraram um misto de sentimentos, felicidade por estar crescendo, mas medo de tantas mudanças que estão ocorrendo, se sentindo, às vezes, desamparadas. Ao longo da história, conhecemos as crianças como seres sem direitos, pequenos adultos, hoje em dia, sabemos da importância de dar-lhes voz e espaço na sociedade, contribuindo dessa forma, para a construção de um mundo mais justo e igualitário. É necessário ouvir o que dizem, pois são atores sociais capazes de agir sobre o mundo que estão inseridos, eles compreendem suas realidades, são sujeitos de conhecimentos, participantes, não simples objetos. A importância de perceber a criança como sujeito participativo e importante para o processo de pesquisa nos auxilia no movimento de tentar compreender como estes se sentem perante tantas mudanças que sofrem ao longo de sua escolarização.


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