DIAGNÓSTICO E OTIMIZAÇÃO DO SISTEMA PÓS-COLHEITA DE MILHO EM UMA PEQUENA PROPRIEDADE RURAL

Fagner Juliano da Silva, Clovis Germano Ramm, Fabio André Gehrke, Marcelo Cerentini Lovato, Débora Chapon Galli

Resumo


A secagem e o armazenamento de grãos, em nível de pequena propriedade, são operações, muitas vezes, deficitárias, porém se bem manejadas podem manter a qualidade, agregando valor ao produto. A secagem visa reduzir o conteúdo de água dos grãos, minimizando a sua deterioração durante o subsequente armazenamento pela ação de fungos, bactérias, insetos e pelo processo de respiração dos grãos que provoca perda de massa e gera calor. Desta forma, objetivou-se realizar levantamentos em uma pequena propriedade rural no interior do município de Vera Cruz, com intuito de averiguar as condições da mesma em secar e armazenar grãos de milho. As informações foram obtidas por observações in loco com registros fotográficos, conversa informal com o proprietário e coletas de amostras do milho para a medição da umidade da massa armazenada. Assim, com base nos conhecimentos teóricos, sugeriram-se melhorias na forma de secagem e armazenamento. A secagem do milho é efetuada em um secador do tipo leito fixo, metálico, desmontável, com capacidade para 45 sacos. O equipamento não possui fornalha própria utilizando a estrutura de uma estufa de cura de tabaco convencional para promover o aquecimento do ar, o qual é impulsionado por um ventilador centrífugo de 3,5 CV. Durante o processo de secagem, não há controle do fluxo de ar, tendo apenas o monitoramento da temperatura do ar que passa pela camada de grãos, que, segundo o proprietário, é em torno de 130 a 140°F (54 a 60ºC), estando um pouco acima da recomendada, de 40 a 55ºC. O controle da umidade dos grãos, tanto no início quanto no final da secagem, é realizado por métodos empíricos, pelo tato principalmente. O milho é armazenado na propriedade em duas estruturas: um galpão adaptado que anteriormente se destinava a armazenar tabaco, que não possibilita a correta conservação do grão a granel; e em reservatórios de fibra, sendo uma tecnologia de baixo custo, porém devem ser instalados em local apropriado, sob constante controle, e mantidos fechados, a fim de não possibilitar o ataque de roedores. Através de uma análise visual e revolvimento manual da massa de grãos, verificou-se a inexistência de cheiro característico de fumaça, bem como a ausência de infestação. Medindo-se a umidade dos grãos armazenados em ambas estruturas, foram encontrados valores entre 10,3% e 12,7%, próximos aos padrões recomendados de 11 a 14%. Constatou-se que a propriedade possui um sistema bom de secagem, porém sem controle eficaz, e uma armazenagem com deficiências, mesmo assim a massa armazenada apresentou qualidade. Recomenda-se a aquisição de um termo-higrômetro e de um determinador de umidade dos grãos. Seria interessante para o agricultor o investimento em um silo armazenador de alvenaria, de modo a diminuir o risco de contaminação do milho, propiciar sua aeração e facilitar a mão de obra.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.