A sífilis é uma infecção causada pelo Treponema Pallidum, uma bactéria exclusiva do ser humano, transmitida predominantemente por via sexual e quando não tratada ou tratada incorretamente, pode acarretar danos irreversíveis em longo prazo. Quando gestante, deve ser testada e tratada precocemente para reduzir o risco de transmissão vertical, diminuir a chance de apresentar desfechos desfavoráveis ao recém-nascido e esse não desenvolver a sífilis congênita. Recomenda-se que a gestante seja testada pelo menos em três momentos: primeiro, terceiro trimestre e no momento do parto ou em casos de aborto. Uma estratégia que garante e qualifica o apoio à gestante, é o uso de testes rápidos (TR). Ele pode qualificar o atendimento, principalmente por ser um instrumento de fácil manuseio, não apresenta tecnologias complexas, proporciona resultados em tempo hábil e, dessa forma, contribui para o aumento da cobertura de testagem. Esse trabalho tem como objetivo analisar a incidência de sífilis gestacional (CG) e a quantificação de TR realizados em gestantes em um município localizado na região central do Rio Grande do Sul, no ano de 2018. Trata-se de uma pesquisa descritiva, retrospectiva. Compreendeu a análise de todos os TR realizados por gestantes nos serviços da Atenção Básica e no Serviço de Atenção Especializada, além dos casos notificados de sífilis gestacional (SG). Contou com a fonte de dados secundários oriundos da base do sistema de informação “bipublico”, que apresenta dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN para identificar os casos notificados de SG. A busca foi realizada usando os seguintes indicadores: Taxa de incidência de sífilis em gestantes, no período de 2018, na localidade, município de Santa Maria. A pesquisa também foi realizada analisando o Relatório anual de 2017 e 2018, da Política Municipal HIV/aids de Santa Maria, disponibilizado on-line pela Prefeitura de Santa Maria. Foram notificados em 2018, 139 novos casos de SG em um total de 1.632 nascimentos. No mesmo ano foram realizados 1.080 TR. Na base de dados pesquisada, foi possível realizar um panorama da incidência de SG nos anos anteriores. Já nos Relatórios de Gestão identificou-se o gradiente de TR realizados pelo município. Em 2015, foram realizados 374 TR em gestantes e no ano teve uma incidência de 30,55% de SG. Em 2016, ocorreu uma expressiva elevação relacionada a testagem, totalizando 1.295 TR, acompanhada de elevação da incidência de SG de 40,36%. Já em 2017 houve uma queda dos números, 982 TR realizados em gestantes, também acompanhada de queda de casos notificados de SG para 31,08%. Os dados apresentados apontam que quanto mais TR foram realizados, maior foi a incidência de SG nos anos de 2016, 2017 e 2018. Porém, não é possível  afirmar que o aumento da incidência é devido ao aumento das testagens rápidas, mas pode-se observar uma tendência. Portanto, a realização da testagem rápida é uma estratégia oportuna para o casal frente ao início do acompanhamento do pré-natal, facilitando a identificação da sífilis de forma precoce, e o tratamento imediato com redução de chances de transmissão vertical da infecção.