A SEXUALIDADE E AS INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS NA TERCEIRA IDADE: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Ana Caroline Rodrigues Guerra, Andrielli de Moraes Siwinski, Vitoria Medeiros Pereira, Josenei Eloi Helfer, Rebeca Dias Couto, Gisele Araujo, Maristela Soares Rezende

Resumo


Introdução: O aumento da expectativa de vida é um dado importante, principalmente quando se fala em promoção e prevenção da saúde. Alterações nos processos fisiológicos e psicológicos englobam o envelhecimento de todo ser humano, provocando transformações importantes na vida social do indivíduo. A relação do envelhecimento com a sexualidade ainda é um tema pouco abordado nos serviços de saúde, pois o idoso é visto como assexuado. Destaca-se que o aumento das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) na população idosa foi significativa nos últimos anos. Esse cenário contribui para uma vulnerabilidade social e individual do idoso, na medida em que este possui pouca ou nenhuma informação no que tange a essas infecções, às formas de prevenção, bem como o processo que envolve um sistema imunológico fragilizado naturalmente. Nesse cenário, o problema relacionado ao processo de envelhecimento e o aumento de infecções, perpassam por questões sociais e culturais, demonstrando o quão frágil são as campanhas e estratégias de prevenção voltadas aos idosos, Objetivo: Identificar a relação da sexualidade dos idosos com as ISTs. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa de literatura, desenvolvida nos meses de abril e maio de 2019, durante a disciplina de Estudos Interdisciplinares do Indivíduo do Curso de Enfermagem. A investigação ocorreu junto a artigos disponíveis nas bases de dados LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) SCIELO (Scientific Electronic Library Online) e BDENF (Banco de dados em enfermagem). Foram respeitados os seguintes critérios de inclusão: pesquisas publicadas em português, a partir de 2014; realizadas nas regiões Sul e Sudeste do Brasil; com descritores em Ciências da Saúde, como: “idosos” AND, OR “doenças sexualmente transmissíveis”; e que contemplassem o tema e o objetivo proposto. Os dados encontrados foram submetidos à análise de conteúdo. Resultados e discussão: Foram encontrados 55 estudos, mas apenas três respeitaram todos os critérios de inclusão. Em cada uma das bases de dados, encontrou-se um artigo. Todas as pesquisas foram na região sudeste e no espaço da atenção básica de saúde, sendo a mais recente publicada em 2017. Identificou-se que o conhecimento dos idosos em relação às formas de transmissão das infecções sexuais é frágil, tornando-os vulneráveis, pois poucos usam preservativo como forma de prevenção. Nessa mesma linha, verificou-se que os profissionais da saúde não possuem conhecimento adequado e estão despreparados para abordarem a sexualidade ou ISTs nos atendimentos aos idosos. As consequências são um comportamento de risco dos idosos e um diagnóstico tardio. Considerações Finais: A educação em saúde é uma ferramenta importante no processo de prevenção e a promoção da saúde. O aumento da expectativa e das condições de vida trouxeram abordagens que os serviços não estão habituados. É imprescindível a qualificação da equipe de saúde principalmente, da atenção primaria quanto à sexualidade humana, relacionando ao envelhecimento para a conscientização dos idosos, que não se percebem como população vulnerável. Entende-se como essencial, nesse processo, a relação entre profissional-paciente, pois a confiança auxilia nos diagnósticos e nas intervenções mais eficazes. Verificou-se, ainda, o quão incomum é a abordagem desse tema, pois poucos foram os trabalhos científicos encontrados com esse enfoque, e nenhum desenvolvido na região Sul do Brasil.

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