AVALIAÇÃO DE DOR/DESCONFORTO DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL

Thaize Luiza Pilz, Vanessa Regina Jung, Miriam Beatrís Reckziegel

Resumo


Introdução: O comprometimento da saúde dos professores, bem como de outros profissionais, pode estar associado às suas condições de trabalho. Os principais motivos de afastamento ou adoecimento estão ligados a episódios de alterações mentais e físicas, doenças respiratórias e dores musculoesqueléticas, sendo esta última a causa mais frequente de absenteísmo. Vários fatores do dia a dia dos professores podem estar associados ao agravo de dores e desconfortos dos docentes, entre os quais: o tempo que permanecem em posição ortostática; o mobiliário inadequado; o transporte de materiais didáticos com peso excessivo; o tempo dispendido com correção de provas e preparação de aulas, em posição sentada; além de movimentos realizados de forma a sobrecarregar as articulações, como flexão de tronco e da coluna cervical; elevação de membros superiores e extensão da coluna cervical para escrever no quadro; número expressivo de carga horária de aulas semanais; turmas com grande número de alunos e reduzido tempo para repouso. Objetivo: Dessa forma, o objetivo deste estudo foi avaliar o estilo de vida e comparar a dor e desconforto de professores que atuam em escola infantil e de ensino fundamental. Metodologia: Neste estudo transversal, realizado na disciplina de Avaliação Funcional, no Curso de Educação Física, foram avaliadas dez professoras, sendo cinco de uma escola de Educação Infantil de Santa Cruz do Sul e cinco do Ensino Fundamental, de Mato Leitão – RS, com idades entre 21 e 51 anos. Os instrumentos de coletas de dados foram o Pentáculo do Bem-Estar, para descrever o estilo de vida e a escala de dor/desconforto, com identificação dos segmentos corporais acometidos. Também foram avaliadas a flexibilidade de ombros, através do teste do manguito rotador, e da coluna, pelo teste de dedos ao solo. Os dados foram analisados individualmente e agrupados por escola. Resultados: Os resultados apontam que os profissionais do Ensino Fundamental apresentaram maior idade, peso, altura e tempo de profissão, bem como doença familiar, sendo a hipertensão citada por todas. Nenhuma é tabagista, poucas fazem uso de medicamentos e menos da metade consome bebidas alcoólicas. Sobre o Pentáculo do Bem Estar, apenas no quesito ‘atividade física’ as professores da Educação Infantil foram superiores. Os ombros e costas superior foram os segmentos que mais pontuação tiveram no quesito dor ou desconforto, em ambos os grupos de professoras. No teste do manguito rotador, tanto no ombro esquerdo, quanto no direito, as educadoras da Educação Infantil tiveram melhor média, assim como no teste dedos ao solo. Conclusão: Em síntese, as professoras do Ensino Fundamental apresentaram mais fragilizadas no que se refere à saúde musculoesquelética assim como nos hábitos de vida diária. Este tipo de trabalho enfatiza a necessidade da avaliação do estado de saúde destes profissionais, pois os mesmos possuem um papel social importante na formação dos jovens. Os educadores estão sujeitos a diversos problemas, que vão desde transtornos psiquiátricos, como ansiedade, frustração, tensão e depressão, até os problemas relacionados à saúde musculoesquelética. Nesse sentido, destaca-se a importância da definição de estratégias pessoais e políticas públicas que primem pela qualidade de vida destes profissionais.


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