DEPRESSÃO E IDEAÇÃO SUICIDA EM MULHERES COM CÂNCER DE MAMA

Larissa Dutra Azambuja Magalhães, Larissa Dutra Azambuja Magalhães, Luciana Maurin Borges, Lilian Thais Konzen, Michele Ferrari, Michele Luise Claas, Dulce Grasel Zacharias

Resumo


O câncer de mama se trata de patologia causada pela multiplicação descontrolada de células anormais da mama, que formam o tumor. Sua causa está associada à diversos fatores de risco, como o envelhecimento, histórico da doença na família e a menopausa tardia (INCA, 2019). Trata-se de uma doença ainda estigmatizada e o diagnóstico pode gera impacto na vida das pacientes, demandando especial atenção ao desenvolvimento de sintomas psicoemocionais tais como o estresse, a depressão e a ansiedade (GONÇALVES; GIGLIO; FERRAZ, 2003; AVELAR et al., 2006; MAGALHÃES FILHO et al, 2006). O presente resumo é resultado das atividades do Estágio Integrado em Psicologia, realizado em um centro de referência em oncologia, e tem por objetivo conhecer e compreender as relações entre o câncer de mama, a depressão e a ideação suicida, sendo utilizada enquanto metodologia para este estudo a pesquisa bibliográfica. É possível perceber que a capacidade de adaptação emocional da paciente em relação ao diagnóstico é multifatorial, envolvendo diversos aspectos emocionais e psíquicos de sua vida, bem como questões relativas à doença, aos sintomas, as possibilidades de tratamento e prognóstico (BÁREZ et al., 2009). Assim, sentimentos de tristeza, pesar e sintomas de ansiedade apresentam-se com frequência e podem ser considerados reações esperadas e naturais frente à doença. Nesse sentido, a ansiedade e a depressão são comorbidades que algumas pacientes oncológicas podem experimentar, desde o diagnóstico, continuando durante e após o tratamento (AVELAR et al., 2006). Conforme Martins et al. (2009) o tratamento para o câncer de mama é fator que acarreta impactos negativos na vida da paciente. Um exemplo disso é a diminuição ou a perda total da capacidade produtiva e laboral das pacientes, uma vez que o trabalho também é constituinte da identidade do sujeito, e o afastamento do trabalho pode levar ao isolamento social, contribuindo para piora de seu estado emocional. Além disso, há tratamentos que podem ser considerados mutiladores, como a mastectomia por exemplo, provocando modificações na autoimagem da mulher e, consequentemente, alterações psicológicas, emocionais e sociais (Makluf, Dias & Barra, 2006). Nesse sentido, entende-se que a relação entre suicídio e depressão é estreita, segundo Corrêa e Barrero (2006) o comportamento suicida é frequentemente considerado um dos sintomas distintos da depressão, mesmo nos grandes sistemas nosográficos de classificação, como o CID 10. O suicídio, assim como a depressão, é considerado um problema de saúde pública, pois se agrava e aumenta a cada dia, de maneira significativa. Ballone (2003) afirma que outros sintomas associados ao suicídio dizem respeito ao severo prejuízo da auto-estima, aos sentimentos de desesperança e à incapacidade de enfrentar e resolver problemas. Conforme a depressão vai se agravando, cada vez mais o desespero aumenta, podendo levar a atos extremos como o suicídio, restando clara a relação entre o tratamento oncológico e as comorbidades psíquicas apresentadas.

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