SALA DE ESPERA: DISPOSITIVO DE CUIDADO E ACOLHIMENTO NO SERVIÇO DE REABILITAÇÃO FÍSICA

Manoela Da Silva, Daniele Brito de Oliveira, Angela Cristina Ferreira Da Silva, Ariane Carla Lazzari, Georgia Bertinazi, Marcus Vinicius Castro Witczak

Resumo


O Serviço de Reabilitação Física - Nível Intermediário (SRFis) é um projeto de extensão universitária e acontece na Clínica de Fisioterapia da Universidade de Santa Cruz do Sul. Está vinculado ao Sistema Único de Saúde e atende 43 municípios de três Coordenadorias Regionais de Saúde (8°, 13º e a 16º). Atua de forma multiprofissional e interdisciplinar, contando com profissionais contratados (Terapeuta Ocupacional) e estudantes e professores de cursos de graduação (Fisioterapia, Psicologia, Serviço Social, Enfermagem e Educação Física) e pós-graduação (Mestrado Profissional em Psicologia) da UNISC. Dentre as alternativas terapêuticas ofertadas aos usuários e seus familiares têm-se o dispositivo da sala de espera, constituída como espaço de trocas, aprendizagens e acolhimento. Caracteriza-se como um local em que os clientes aguardam atendimento dos profissionais da saúde, em locais públicos ou privados, sendo um território dinâmico e no qual ocorrem as mais diversas mobilizações de diferentes pessoas que esperam o atendimento. O objetivo foi apresentar a sala de espera como dispositivo de cuidado e acolhimento no SRFis. Utilizou-se o método de pesquisa-ação de Thiollent (1991), que é um tipo de pesquisa social que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e os participantes representativos da situação da realidade a ser investigada estão envolvidos de modo cooperativo e participativo. Toma-se como sujeitos todos os envolvidos nesta dinâmica.  A sala de espera é desenvolvida por acadêmicos de todos os cursos envolvidos, com a orientação dos professores, proporcionando um espaço dinâmico de sociabilidade, construção, reflexão e educação em saúde. Atualmente é conduzida por bolsistas/estagiários dos cursos de Psicologia e Serviço Social, com a participação ativa dos demais. Tem frequência quinzenal, estando associada aos dias em que a Associação Canoense de Deficientes Físicos, se desloca ao Serviço para o atendimento específico dos pacientes que necessitam de órteses e próteses. Os procedimentos técnicos para a confecção (avaliação, medição, modelagem) e para a entrega e ajustes dos equipamentos são realizados neste momento com envolvimento de todos. Os encontros são intercalados com temas preestabelecidos e abertos que favorecem o diálogo entre a equipe, pacientes e cuidadores. Isto possibilita o esclarecimento de eventuais dúvidas e compartilhamento de suas histórias, de seus problemas e de seus sentimentos, referentes aos processos que serão submetidos. Conclui-se que a constituição de um espaço humanizado para o acolhimento enquanto da espera dos usuários é extremamente importante para a aproximação destes à equipe e ao Serviço, e por consequência, a adesão ao próprio tratamento. Enfatizando-se a importância da escuta e do diálogo, ampliam-se as possibilidades do cuidado de si e do outro, facilitando-se assim os processos relativos à Reabilitação Física.


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