CASO M: O TRANSTORNO DE OPOSIÇÃO DESAFIANTE SOB O OLHAR DA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL

Rafaela da Rosa, Marina Pante, Marcela Bortolini

Resumo


Tratamentos psicológicos de crianças e adolescentes, além de medidas terapêuticas, consistem também, em uma importante forma de prevenção de doenças mentais e de promoção de saúde. Ademais, enfatiza-se o movimento em defesa da valorização de diagnósticos precoces na infância visando a tratamentos mais eficazes e prevenção de psicopatologias na vida adulta. A literatura destaca a complexidade e relevância da atuação do psicólogo ao lidar com esta temática, principalmente, por exigir muito empenho e cautela no percurso terapêutico, uma vez que é preciso aprofundar-se nas demandas, nas queixas e no sofrimento do outro; e buscar, através do aparato teórico existente, compreender este sujeito singular, bem como auxiliá-lo no seu processo de ressignificação. O presente trabalho consiste em um estudo de caso com base em sessões de psicoterapia individual, realizadas no Serviço Integrado de Saúde – SIS, da Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC. O objetivo deste estudo foi realizar um relato referente ao caso clínico de M., uma criança de 9 anos, com hipótese diagnóstica de Transtorno de Oposição Desafiante. A metodologia utilizada foi a de estudo de caso, baseado nos pressupostos teóricos da abordagem Cognitivo-Comportamental. Foram realizadas, aproximadamente, 15 sessões individuais com a criança e 6 sessões com os responsáveis, sendo eles: mãe, padrasto e avós maternos. Através destas sessões foi possível descrever o histórico de vida de M., o entendimento clínico, hipóteses diagnósticas, a conceitualização cognitiva, as distorções cognitivas, bem como as técnicas utilizadas no tratamento. Os principais resultados obtidos com a psicoterapia foram: M. aprendeu a controlar o humor irritadiço/raivoso, acabando por não perder a calma com tanta frequência; questionando com menos intensidade as figuras de autoridade; assume a culpa por seus erros e mau comportamento; e obedece as regras estabelecidas, tanto na terapia, como em casa e na escola. Assim como no caso de M, o Transtorno de Oposição Desafiante é mais prevalente em crianças em um meio familiar caracterizado por uma sucessão de cuidadores diferentes ou em famílias nas quais são comuns práticas agressivas, inconsistentes ou negligentes de criação dos filhos. Pode-se pensar que seria impossível realizar a psicoterapia, neste caso, sem se trabalhar com os responsáveis da criança, uma vez que os problemas da paciente ocorrem com mais frequência fora da terapia. Assim, para que haja efetividade da intervenção é necessário que terapeuta e responsáveis estejam em sintonia, possibilitando então, a modificação do ambiente da criança. Apesar de as intervenções cognitivo-comportamentais terem sido eficazes, destaca-se que os resultados são parciais, pois o acompanhamento psicológico de M. ainda encontra-se em andamento.

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