Essa pesquisa pretende reunir a documentação do Arquivo Histórico Ultramarino referente à Vila de São José de Macapá no século XVIII que consta nas cópias digitalizadas do Projeto Resgate. O objetivo desse estudo é transcrever gradualmente as correspondências oficiais produzida no período colonial e analisar o potencial de pesquisa e ensino com esse tipo de fonte. A justificativa desse trabalho deve-se pela grande capacidade documental existente no Projeto Resgate e a baixa produção acadêmica com uso desses escritos que versam sobre a Vila de São José de Macapá no período colonial. A metodologia empregada, tanto no ensino quanto na pesquisa, é a paleografia, que pretende levar até os alunos o contato direto com esses documentos e sua utilização na construção da narrativa histórica sobre Macapá. Em relação aos resultados prévios da pesquisa, já foram realizadas inúmeras transcrições, com alunos da graduação e da educação básica nos laboratórios de informática. Esse projeto consegue articular o tripé pesquisa, ensino e extensão, pois permite integrar de maneira objetiva o uso da documentação histórica com a prática pedagógica. O estudo está articulado com o Mestrado Profissional em Ensino de História (Profhistória) e ao Grupo de Pesquisa em Estudos Coloniais da Amazônia (GESCAM) da Universidade Federal do Amapá. O critério de seleção dos documentos foram isolar os documentos manuscritos avulsos referentes a Capitania do Pará existentes nos CDs do Arquivo Histórico Ultramarino do Fundo Conselho Ultramarino na série Brasil-Pará. Ao todo constam 165 caixas com 12.690 documentos produzidos pela administração colonial entre os anos de 1616 até 1833. Nesse conjunto, nos dedicamos aos documentos que versam sobre a Vila de Macapá. Um total de 690 documentos que vêm sendo gradualmente transcritos para a elaboração de artigos acadêmicos, trabalhos de conclusão de curso, dissertação de mestrado e práticas de ensino com uso da paleografia em sala de aula. Os professores que estiverem integrados ao campo da paleografia contribuirão ativamente para o desenvolvimento de pesquisas correlacionadas ao Ensino de História do período Colonial do Brasil e, de maneira mais especifica, sobre a Amazônia na região conhecida como Terras do Cabo Norte, atual Estado do Amapá. Nos últimos anos, percebemos uma tendência da comunidade acadêmica em se interessar sobre estudos direcionados as Terras do Cabo Norte. No entanto, identificamos que o coeficiente de produções historiográficas se apresenta incipiente por conta da dificuldade de acesso de pesquisadores às instituições que salvaguardam os documentos do contexto. Somado a este fato, lidamos com a ausência de um Arquivo Público no Estado do Amapá para concentrar a documentação dos séculos XVII, XVIII e XIX. No entanto, essa realidade poderá ser modificada graças ao interesse de organizações públicas, fundadas para a preservação da memória, em promover ações referentes à digitalização dos acervos, a saber: o Arquivo Histórico Ultramarino e o Arquivo Nacional da Torre do Tombo. Isto acarretará na possibilidade de acesso documental aos professores e pesquisadores da área, tanto por plataformas online quanto por cópias digitais, dentre as quais, as fontes do “Projeto Resgate”.