A PRESENÇA FEMININA NA HISTÓRIA DA MATEMÁTICA

Maria da Gloria Rodrigues, Sergio Celio Klamt

Resumo


Quando se fala em história da matemática aparecem nomes de pessoas que de alguma forma fizeram a diferença, pessoas que estudaram e trabalharam para que fossem encontradas soluções para os problemas matemáticos de suas gerações. Quando se pensa em grandes matemáticos, pensa-se em homens, que foram brilhantes para seu tempo e alguns que pareciam estar bem à frente desse tempo, entretanto, na história da matemática também houve mulheres, embora pouco citadas e com menor aprofundamento em suas biografias. É, de certa forma, natural que o nome de mulheres passe despercebido, pois por vários séculos, as mulheres eram vistas com inferioridade, não lhes sendo permitido o mesmo estudo, liberdade de escolha ou sequer liberdade de expressão que era permitido ao gênero masculino de suas épocas. Desta forma, este trabalho visou a identificação da presença feminina na história da matemática, sua trajetória, suas dificuldades particulares, bem como suas contribuições à matemática e para a história das mulheres em si. Este trabalho foi desenvolvido através de pesquisa bibliográfica e metodologicamente e considerou a presença feminina em menor número do que masculina, sendo que em algumas obras abordadas no projeto, a maioria ou nenhuma das mulheres é citada, ainda assim, considera-se que os objetivos foram alcançados, pois foi possível visualizar, a partir das fontes consultadas, a presença feminina na trajetória da matemática, atribuindo-lhes a menor ênfase pelo fato de que a mulher não recebia um tratamento igualitário comparativamente aos homens. As que conseguiram contornar as imposições culturais, provinham de famílias abastadas e com pais estudiosos, e, mesmo estas, tinham acesso limitado à vida acadêmica. Nota-se claramente que as mulheres possuíam o mesmo potencial intelectual que os homens, porém havia grande desequilíbrio de poder. Enquanto que os homens eram de fato livres para ir e vir e estudar sem que precisassem explicar  a ninguém os pormenores de suas escolhas, as mulheres simplesmente eram privadas de materiais que a sociedade julgava não ser adequado a elas, não podiam viajar desacompanhadas, não eram bem-vistas caso se interessassem por assuntos “masculinos”, eram vetadas de ter uma educação superior e tratadas como se não fossem capazes. Em uma sociedade em que mesmo os homens de classe baixa não tinham acesso à educação, não se poderia esperar que uma mulher de classe baixa o tivesse, portanto, esse é o principal fator apontado para que não tenham existido matemáticas provindas de classes sociais de baixa renda nas obras estudadas neste trabalho. Com todas as leituras que foram feitas, é possível concluir que mesmo com todas as dificuldades impostas, as mulheres até o século XX conseguiram mostrar seu potencial, lutaram contra a sociedade, e contra seus próprios medos para realizar seus desejos de aprender e ensinar. A partir disso, é lógico que se pense no número maior de mulheres que não tiveram oportunidade de desenvolver o seu potencial, quantas mulheres geniais existiram de quem jamais a sociedade terá conhecimento por conta de suas limitações sociais, ou o pensamento mais entristecedor, o quanto de conhecimento e avanço a matemática pode ter perdido por essa razão.

 


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