EXCESSO DE PESO E PRESSÃO ARTERIAL ELEVADA EM ESCOLARES: PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS

LUCIANA TORNQUIST, CÉZANE PRISCILA REUTER, DEBORA TORNQUIST, MIRIA SUZANA BURGOS

Resumo


A obesidade e a hipertensão constituem um crescente problema de saúde entre a população brasileira e mundial. Estudos atuais vêm alertando para o aumento da prevalência destes fatores de risco também entre a população jovem. É um quadro preocupante, uma vez que se sabe que o aumento dos níveis pressóricos, bem como a presença de sobrepeso e obesidade ainda na infância e adolescência, são fortes previsores destes na fase adulta. O presente trabalho pretendende estabelecer a prevalência de excesso de peso e de níveis pressóricos elevados e os fatores associados a estes entre os escolares de Santa Cruz do Sul, RS. Foi feito estudo transversal realizado com uma amostra de 1867 escolares, de ambos os sexos, com idades entre 7 e 17 anos, regularmente matriculados nas escolas do município. Os dados foram coletados através de questionários respondidos pelos alunos e outro pelos pais; avaliação antropométrica: peso e estatura para o calculo do índice de massa corporal (IMC) e circunferência da cintura (CC); medidas da pressão arterial e avaliação da aptidão cardiorrespiratória dos escolares através do teste de corrida de 9 minutos. A análise estatística foi realiza no programa SPSS versão 20.0, através de análise descritiva (frequências e percentuais) e a análise de associação das variáveis estudadas foram realizadas pelo método do qui-quadrado, com nível de significância de p < 0,05. A prevalência de excesso de peso encontrada foi de 28,6% (16,1% sobrepeso; 12,5% obesidade). Esta foi significativamente maior entre o sexo masculino, nas crianças escolares da periferia, entre aqueles que possuem uma aptidão cardiorrespiratória inadequada, os que possuem CC elevada e entre aqueles que possuem pai, mãe ou ambos obesos. O excesso de peso também foi mais prevalente entre os alunos de escolas públicas e pertencentes às classes econômicas mais baixas (D e E), porém, sem diferenças significativas para estas variáveis. Já, com relação à pressão arterial, foram identificados 15,9% de escolares com pressão elevada; destes, 7,3% apresentavam pressão classificada como limítrofe e 8,6% hipertensão em grau I ou II. A prevalência de pressão elevada se mostrou significativamente maior entre o sexo masculino, entre os adolescentes escolares que apresentam CC e/ou IMC elevados e entre os escolares que possuem pai e/ou mãe hipertensos. Não foram encontradas diferenças na prevalência de pressão arterial elevada para o tipo de escola, região de moradia, classes econômicas e aptidão cardiorrespiratória. A prevalência de excesso de peso e pressão elevada em escolares se mostrou alta no município investigado, demonstrando a necessidade de controle e prevenção destes fatores. É possível concluir que, dentre os escolares do município de Santa Cruz do Sul, crianças e adolescentes do sexo masculino apresentam maior propensão em apresentar excesso de peso e alterações nos níveis pressóricos. As variáveis econômicas, como o tipo de escola, região de moradia e classe econômica demonstram não apresentar influência sobre a prevalência dos fatores estudados. Já escolares com aptidão cardiorrespiratória insatisfatória, circunferência da cintura elevada e com histórico familiar de obesidade e/ou hipertensão parecem estar mais suscetíveis ao excesso de peso e à elevações nos níveis pressóricos.


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