ORGANIZAÇÃO DO PROCESSO DE TRABALHO DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE DA 13ª COORDENADORIA REGIONAL DE SAÚDE-RS

ANDREIA IVETE FEIL, DAIANE RAQUEL KIST, ZANANDREIA ZALESKI DRESCHER, LUCIANE MARIA SCHMIDT ALVES, SUZANE BEATRIZ FRANTZ KRUG

Resumo


Os Agentes Comunitários de Saúde (ACSs) são integrantes da equipe multiprofissional das Estratégias da Saúde da Família (ESFs), tendo como intuito orientar e aproximar os usuários do serviço de saúde de sua área adscrita. Esses trabalhadores realizam diariamente atividades de promoção da saúde e prevenção de doenças, tanto nos domicílios das famílias quanto nas ESFs, contribuindo para melhorar os indicadores de saúde e a qualidade de vida da população. Diante da relevância do trabalho do ACS na ESF, percebe-se a importância do apoio técnico da equipe multiprofissional de saúde para o desenvolvimento das ações diárias de saúde e resolutividade das questões do cotidiano de trabalho. Neste sentido, objetivou-se identificar, junto aos ACSs da 13ª Coordenadoria Regional de Saúde do Rio Grande do Sul (CRS-RS), a quem, funcionalmente e hierarquicamente, reconhecem o seu vínculo profissional de trabalho e como organizam o seu processo de trabalho nas ESFs. Esse estudo é um recorte da pesquisa intitulada "O cotidiano e as perspectivas profissionais dos Agentes Comunitários de Saúde da 13ª Coordenadoria Regional de Saúde do Rio Grande do Sul", desenvolvida por bolsistas e pesquisadores do "Grupo de Estudos e Pesquisa em Saúde" (GEPS), da Universidade de Santa Cruz do Sul, e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNISC sob protocolo nº 3049/11. O instrumento de coleta foi um questionário composto por questões fechadas que geraram dados posteriormente organizados e analisados por meio do software Statistical Package for the Social Sciences 20.0 (SPSS) em uma análise quantitativa. A coleta de dados foi realizada com 113 ACSs de ESFs de 12 municípios da 13ª CRS-RS. Os resultados da pesquisa demonstraram que a maioria dos ACSs, 90,3%, reconhecem seu vínculo funcional ao profissional enfermeiro e 9,7% referiram possuir vínculo ao secretário municipal de saúde. Já no que se refere ao arranjo do processo de trabalho, 81,4% dos ACSs afirmaram que há um planejamento prévio das atividades, sendo que 55,8% organizam suas próprias tarefas. Já 12,4% descrevem que a equipe, como um todo, desempenha este papel e 8,8% dos sujeitos referem que este plano é efetuado pelo enfermeiro, contudo, 18,6% não tem esta prática. Através desses resultados pode-se constatar que o enfermeiro foi identificado como referência para os ACSs, possibilitando, assim, que estes trabalhadores construam conjuntamente as ações em saúde, contribuindo para a melhoria da efetividade das conduções realizadas pela equipe de saúde para com a comunidade, resultando em maior satisfação e fortalecimento do vínculo. Além disso, o Ministério da Saúde preconiza que o enfermeiro seja o responsável por planejar, gerenciar e também supervisionar o trabalho desse sujeito. Na continuidade da discussão sobre os resultados, foi comprovado que o planejamento do processo de trabalho é realizado pela maior parcela desses trabalhadores. A programação das ações do cotidiano de trabalho faz parte das atribuições desses profissionais que ainda planejam, desenvolvem e o avaliam, pois é através desta sistemática, que os serviços de saúde terão maior resolutividade, atendendo às principais necessidades da comunidade de forma integral e continuada.


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