O TRABALHO DO FARMACÊUTICO NA EQUIPE MULTIDISCIPLINAR DE SAÚDE NA ATENÇÃO À DEPENDÊNCIA QUÍMICA: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE DUAS PESQUISAS SOBRE DROGAS.

JOÃO PEDRO SILVEIRA DE OUZA, RICARDO CAZANOVA, LEONIA CAPAVERDE BULLA

Resumo


Este trabalho apresenta os resultados parciais de uma pesquisa internacional sobre Políticas e Práticas de Enfrentamento à Drogadição no Rio Grande do Sul/Brasil, que objetiva analisar a rede de atendimento aos dependentes químicos e suas famílias na área da saúde, assistência social, justiça e segurança pública, a fim de contribuir para o enfrentamento da drogadição no Rio Grande do Sul. Trata-se de um estudo interdisciplinar que atualmente conta com pesquisadores das áreas de Serviço Social, Psicologia e Farmácia. O uso abusivo de substâncias psicoativas tem sido considerado um dos maiores problemas de saúde pública da sociedade brasileira e objeto de vários estudos e pesquisas. Sabe-se que o uso inadequado de medicamentos pode causar efeitos adversos e interações medicamentosas. O II Levantamento Domiciliar sobre o Uso de Drogas Psicotrópicas no Brasil (2005) revelou os padrões de uso de drogas na população brasileira. A comparação de determinadas variáveis (uso combinado de drogas lícitas ou ilícitas com determinados medicamentos), presente nas duas pesquisas, aponta para a necessidade da integração do profissional farmacêutico na equipe multidisciplinar na atenção à dependência química. Historicamente, o uso abusivo de drogas vem sendo abordado numa perspectiva predominantemente psiquiátrica ou médica. Porém, as implicações sociais, psicológicas, econômicas e políticas que isso acarreta devem ser compreendidas em uma dimensão global do problema. No desenvolvimento dessa pesquisa de orientação dialético-crítico utilizaram-se procedimentos qualitativos e quantitativos. Foram realizadas entrevistas com gestores, profissionais, dependentes químicos e familiares em 33 instituições, entre elas comunidades terapêuticas, centros de atenção psicossocial, grupos de autoajuda, hospitais e unidades de saúde mental. Através de uma análise preliminar dos dados coletados, verificou-se a falta de recursos e de profissionais capacitados e a necessidade de qualificar a articulação da rede de atendimento ao dependente químico e sua família. É proposta do Ministério da Saúde proporcionar tratamento na atenção primária, garantir o uso correto de medicamentos, garantir atenção na comunidade, proporcionar educação em saúde para a população, envolvendo comunidades, famílias e usuários, bem como formar recursos humanos e estabelecer programas específicos para enfrentamento à drogadição. Para isso, a presença do farmacêutico nas equipes multidisciplinares de saúde é de grande importância.


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