AVALIAÇÃO DE GERAÇÃO DE ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA EM SISTEMA CONECTADO À REDE ELÉTRICA

CEZAR AUGUSTO MACHADO, DÉBORA TAIRINI RIETZKE, ODORICO KONRAD

Resumo


A matriz elétrica brasileira é composta prioritariamente por usinas hidrelétricas, mas, em razão do impacto ambiental gerado por estas, não é a solução ideal do ponto de vista ecológico. A construção de represas, necessárias para o armazenamento de água visando à posterior geração de energia, pode provocar inundações em imensas áreas de matas, interferindo no escoamento dos rios e migrações dos peixes, prejudicando a flora ao destruir espécies vegetais e ainda interferindo na ocupação de homens e animais (SEVÁ, 2005). Nesse contexto, a energia do sol poderá ter grande contribuição como coadjuvante na matriz elétrica brasileira, suprindo a carência de energia em períodos de seca, quando os reservatórios das usinas chegam a níveis baixos, e em dias ensolarados, quando o consumo de energia é muito alto. Dessa forma, o Operador Nacional do Sistema (ONS) se verá obrigado a acionar as usinas térmicas movidas a gás natural e a carvão, extremamente poluentes para suprir a produção de energia. Conforme o Atlas Brasileiro de Energia Solar, publicado em 2006 pelo Instituto acional de Pesquisas Espaciais (INPE), o país recebe mais de 2.200 horas de insolação por ano, potencial equivalente a 15 trilhões de MWh, o que corresponde a 50 mil vezes o consumo nacional de eletricidade (SILVA, H. S. C. et al., 2012). Através do efeito fotovoltaico, células solares convertem diretamente a energia do sol em energia elétrica de forma silenciosa, não poluente e renovável (RÜTHER, 2004). No Brasil, os valores de irradiação solar global anual incidente em qualquer região, na horizontal (1500-2500 kWh/m2), são superiores aos da maioria dos países da Europa como, por exemplo, Alemanha (900-1250 Wh/m2), onde projetos para aproveitamento de energia solar vêm sendo desenvolvidos em grande escala, com fortes incentivos governamentais (PEREIRA, E.P. et al., 2006). O sistema de geração de energia solar fotovoltaica, implantado em agosto de 2012 no campus da UNIVATES, é constituído por 10 placas solares, tendo potência total instalada de 2.300Wp (Watts pico). Conta também com um inversor responsável por converter a energia dos painéis de corrente contínua em corrente alternada, utilizada nas redes públicas de energia. O sistema foi dimensionado para fornecer energia equivalente ao consumo de uma casa com 3 pessoas, aproximadamente 250 kWh/mês. Conectado à rede elétrica do prédio, o sistema supre parte da energia consumida, o que caracteriza a Geração Distribuída, regulamentada pela ANEEL através da resolução normativa 482/2012, a qual estabelece as condições gerais para a microgeração e minigeração distribuída aos sistemas de distribuição de energia elétrica. Através do sistema de monitoramento, observou-se que, de agosto à dezembro de 2012, o sistema gerou 1.200 kWh. No mês de novembro superou as expectativas, gerando 362 kWh. Já de janeiro à março de 2013 o sistema gerou 732 kWh, mostrando que o dimensionamento corresponde ao sistema projetado.


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