AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA DE NASCENTES NA SUB-BACIA DO ARROIO ANDRÉAS, RS, UTILIZANDO VARIÁVEIS FÍSICAS, QUÍMICAS E MICROBIOLÓGICAS.

Resumo

A Universidade de Santa Cruz do Sul, em parceria com a empresa Universal Leaf Tabacos e a Fundación Altadis assinou, em 2011, um contrato para a execução do projeto "Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) na sub-bacia do arroio Andréas, Bacia Hidrográfica do Rio Pardo, RS, Brasil", denominado "Projeto Protetor das Águas", a ser desenvolvido pela UNISC num período de cinco anos (2011- 2015). O projeto visa a proteger as nascentes e áreas ripárias da referida sub-bacia, visando a garantir a preservação dos recursos hídricos mediante o pagamento aos agricultores de pequenas propriedades pelo fornecimento de serviços ambientais de proteção das nascentes e áreas ripárias que se situam em suas propriedades. Neste contexto, a presente pesquisa objetivou avaliar a eficiência da implantação de áreas de preservação de nascentes da sub-bacia do arroio Andréas, RS, através do pagamento de Serviços Ambientais (PSA), utilizando programas de monitoramento ambiental (físico, químico e microbiológico). Desta forma, foram selecionadas 20 estações amostrais localizadas nas nascentes da sub-bacia, onde foram realizadas excursões científicas mensais durante o período de agosto de 2012 a julho de 2013, considerando como parâmetros de avaliação ambiental as seguintes variáveis: temperatura, pH, turbidez, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio após cinco dias, nitrato, nitrogênio amoniacal, fosfato, sólidos totais dissolvidos e coliformes termotolerantes, alcalinidade, condutividade elétrica, fluoreto, nitrito, fósforo, saturação de oxigênio dissolvido. A avaliação da qualidade da água foi feita utilizando o Índice de Qualidade da Água (IQA), e a resolução 357 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), de 2005, que dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento. Os resultados da aplicação do IQA indicaram que 42% dos pontos de amostragem foram classificados como "bom", 53% como "regular "e 5% como "ruim", destacando a concentração de oxigênio dissolvido e os coliformes termotolerantes como os principais parâmetros responsáveis pelo comprometimento da qualidade da água. De acordo com a resolução 357/2005 do CONAMA, 24% dos pontos de amostragem estão enquadrados em Classe 1; 35% como Classe 2; 23% como Classe 3 e 18% como Classe 4. Considerando-se que os parâmetros Coliformes Termotolerantes, Demanda Bioquímica do Oxigênio e Fósforo encontraram-se em desacordo com a portaria do CONAMA em todas as campanhas de coleta, na maioria dos pontos e amostragem, estas alterações se relacionam com uma elevada carga de matéria orgânica e processos de eutrofização. Visto que estas nascentes são fontes de abastecimento de água para muitas propriedades rurais e ainda consumida sem nenhum tratamento prévio ou desinfecção, estes dados revelam a urgente necessidade de medidas mitigatórias ou preventivas, visando à preservação deste importante recurso natural.