OS JOGOS DE LINGUAGEM MATEMÁTICOS PRESENTES NA FORMA DE VIDA DE ENGENHEIROS DE ALIMENTOS E DA COMPUTAÇÃO

SAMARA ANDREOLLI, CRISTIANE ANTONIA HAUSCHILD, MARLI TERESINHA QUARTIERI, MÁRCIA JUSSARA HEPP EHFELDT, IEDA MARIA GIONGO

Resumo


O trabalho aqui apresentado tem por objetivo abordar alguns resultados de uma das ações realizadas na pesquisa denominada "Ciências Exatas da Escola Básica ao Ensino Superior", em desenvolvimento no Centro Universitário UNIVATES de Lajeado, RS. A ação da referida pesquisa tem como objetivo problematizar os jogos de linguagem matemáticos presentes nas atividades laborais de diferentes formas de vida, neste caso, a dos Engenheiros de Alimentos e Engenheiros da Computação, além de analisar suas semelhanças de família com os jogos de linguagem matemáticos usualmente gestados nas disciplinas de Cálculo ofertadas pela Univates. Tem como aporte teórico o campo da etnomatemática e seus entrecruzamentos abordando conceitos de Wittgenstein, expressos por alguns de seus comentadores. A investigação é de cunho qualitativo e possui inspirações etnográficas por fazer uso de entrevistas gravadas e posteriormente transcritas com profissionais das áreas da Engenharia e coordenadores dos Cursos de Engenharia ofertados na instituição, além de observações e filmagens das atividades laborais destes engenheiros. Cabe destacar que os resultados aqui apresentados referem-se somente às áreas da Engenharia de Alimentos e da Engenharia da Computação. Sendo assim, o material de pesquisa está composto de entrevistas com dois profissionais de cada referida área de atuação e com o coordenador de cada curso. A partir da análise das práticas laborais presentes no cotidiano dos engenheiros entrevistados e das entrevistas foram encontrados alguns resultados relevantes à pesquisa. Os dados apontam que os Engenheiros da Computação utilizam vetores, matrizes e tabelas prontas quando desenvolvem programas computacionais, pois, segundo eles, dessa maneira é possível descobrir distintos caminhos para resolver um mesmo problema. Já os resultados encontrados a partir das entrevistas com os profissionais da área da Engenharia de Alimentos mostram que estes: (a) usam softwares, tabelas e fórmulas em suas práticas laborais, os quais facilitam, por exemplo, fazer correções nas proporções de quantidade de açúcar de um determinado alimento e (b) utilizam cálculo de volume, porcentagem e regra de três em situações-problema menos complexos. Assim, pode-se inferir que os jogos de linguagem matemáticos presentes na forma de vida dos Engenheiros de Alimentos e Engenheiros da Computação possuem semelhanças de família entre si e com aqueles usualmente gestados nas disciplinas de Cálculo ofertadas pela Univates. A pesquisa segue com investigações nos demais cursos de Engenharia ofertados pela Univates.


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