ESTUDO DE COMPÓSITOS POLIMÉRICOS DESENVOLVIDOS A PARTIR DE POLIETILENO, TERMOPLÁSTICO DE AMIDO DE MANDIOCA E BIOMASSA FÚNGICA

CLAIRTON EDINEI DOS SANTOS, BRUNO FELIPE BERGEL, HELIBERTO JOSE LIMBERGER, HILTON RUTSATZ DE SOUZA, CLAUDIA MENDES MAHLMANN, VALERIANO ANTONIO CORBELLINI

Resumo


Uma alternativa de material com potencial biodegradável é a blendagem de polietileno (PE) com algum polímero natural. As fibras naturais também podem ser incorporadas à massa polimérica, gerando assim melhora de suas propriedades, apresentando baixo custo e relativamente fácil obtenção da fibra. A utilização deste material gera ganhos econômicos (matéria-prima sustentável) e ambientais, uma vez que propicia a utilização de material biodegradável para confecção de compósitos. Estudos indicam que as fibras naturais muitas vezes apresentam propriedades mecânicas próximas às fibras sintéticas convencionais. Elas também possuem boas propriedades de isolamento térmico, elétrico e acústico, além disso são facilmente obtidas, e a um custo relativamente baixo. A biomassa fúngica obtida através de uma fonte natural (fungos macroscópicos) se insere neste contexto e apresenta-se como uma alternativa para ser empregada na preparação de compósitos, com diminuição do impacto ambiental gerado pela matriz polimérica. O objetivo deste estudo foi explorar a biodiversidade local de fungos macroscópicos para produção do compósito polimérico de biomassa fúngica. Assim, neste estudo estão sendo apresentados os resultados obtidos a partir de compósitos poliméricos envolvendo polímero tradicional- polietileno (PE), termoplástico de amido (TPS) e biomassa fúngica. O fungo selecionado foi Picnoporus sp., coletado em área de mata nos municípios de Santa Cruz do Sul e Gramado Xavier. Os espécimes foram lavados, identificados taxonomicamente, desidratados em estufa a 50ºC, triturados e misturados com o PE mais o termoplástico à base de amido (TPS). Os testes foram realizados com diferentes proporções de biomassa fúngica (5,10,15 e 20%) para cada porção de 70% de PE mais 30% de TPS. As misturas foram extrusadas, trituradas, prensadas em placas das quais foram retirados os corpos de prova para a realização dos testes de tração e flexão realizados no Laboratório de Ensaios de Materiais Poliméricos na Central Analítica da Universidade de Santa Cruz do Sul. Através dos resultados obtidos foi possível concluir que a utilização da mistura PE + TPS mais 5% de fibras fungicas não apresentou alterações significativas nas propriedades mecânicas avaliadas em relação à base PE/TPS. Os compósitos produzidos a partir da adição de biomassa fúngica apresentaram melhoras nas propriedades físico-mecânicas do material. Observou-se também que o compósito contendo 10, 15 e 20% de biomassa fúngica apresentou resultados ligeiramente menores do que o compósito com 5%, isso ainda deverá ser mais investigado visando à comprovação deste resultado alcançado, inclusive com a elaboração de ensaios com fungos macroscópicos de outras espécies como Lentinus sp., e também testes de morfologia através de microscopia eletrônica de varredura, visando uma análise mais aprofundada das estruturas dos diferentes compósitos confeccionados.


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