CARACTERIZAÇÃO E DEGOMAGEM ENZIMÁTICA DE ÓLEO DE MAMONA.

EDUARDA TORRES AMARAL, WILLIAM LEONARDO TEIXEIRA , ROSANA DE CASSIA DE SOUZA SCHNEIDER

Resumo


O óleo de mamona é um óleo vegetal, conhecido como óleo de rícino e diferencia-se dos demais óleos vegetais pela presença de oxidrilas presentes na estrutura do ácido graxo predominante, o ácido ricinoléico. O óleo de mamona bruto possui características físico-químicas que não tem padrão para o consumo imediato. Existem pouquíssimos óleos que não precisam passar por processo de purificação antes de serem consumidos ou até mesmo utilizados em processo industrial. Dentre os processos de purificação de óleos vegetais, podemos ressaltar os processos de clarificação, neutralização, degomagem, desodorização, adsorção, sendo estes processos utilizados na purificação. A degomagem é o primeiro passo no processo de refino de óleos vegetais, no qual são removidos os fosfolípidos e gomas mucilaginosas. A presença de fosfolipídeos pode causar a descoloração de óleo e servir como precursor de sabores. Portanto, a remoção de quase todos os fosfolipídeos é essencial para a produção de alta qualidade de óleo acabado. Neste trabalho, o objetivo foi realizar a otimização da degomagem enzimática em escala semi-industrial. Para o teste de degomagem enzimática, primeiramente, foi feito o teste de pH, para determinar o quanto de solução de hidróxido de sódio deverá ser utilizada para a correção. Na degomagem, o óleo de mamona é aquecido a 60°C, adiciona-se a solução de ácido cítrico a 25% e, a seguir, agita-se por 30 segundos. O conteúdo, óleo mais solução aquosa, foi centrifugado em tubos e, a seguir, adicionou-se a solução de hidróxido de sódio a 10%. Em sequência foi adicionado água e aquecido a 60°C com agitação novamente. Após, mede-se o pH para conferir que esteja em 5,2. Feito o teste de pH, o óleo foi aquecido a 75°C, adicionou-se a solução de ác. Cítrico 25%, misturou-se por 30 segundos em um agitador de alto cisalhamento. Após misturar, o óleo ficou por 10 minutos em repouso. Após, foi adicionada a solução de soda cáustica 10% e agitado por 10 segundos no agitador. Para a adição da solução enzimática a temperatura foi reduzida a 55°C. Adicionou-se, então, a solução enzimática e água deionizada. O sistema de degomagem enzimática assim obtido foi mantido a 55°C de 1 à 6 horas. Após as 6 horas de reação, o óleo foi aquecido e separado por centrifugação por 10 minutos em alta rotação. A determinação de fosfolipídios foi realizada através da medida da sua turbidez. Foram degomados dois lotes de diferentes extrações, onde um foi extraído somente com a casca, sendo um óleo de cor amarelo pálido, que é a amostra que foi extraída na UNISC. O outro óleo foi fornecido pela COOPERFUMOS e foi extraído de maneira diferente, sendo utilizado o fruto inteiro na extração, resultando em um óleo de cor verde. A redução de fosfolipídios para a amostra extraída na UNISC foi acima de 80% dos fosfolipídios originais, e para a amostra fornecida pela COOPERFUMOS foi de aproximadamente 50%. Após a realização da degomagem enzimática foram feitas análises físico-químicas deste óleo de mamona bruto e degomado. As amostras da UNISC apresentaram cor e resultados analíticos similares aos do óleo comercial, já o da COOPERFUMOS apresentou-se verde, e, portanto, exige mais uma etapa de purificação, que é a clarificação. Com os resultados destas análises foi possível observar que as amostras tinham resultados muito próximos dos valores tabelados pela AOCS, viabilizando a utilização deste processo de purificação do óleo de mamona no protótipo de escala semi-industrial.


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