TAXONOMIA DE EVANIIDAE (INSECTA, HYMENOPTERA, EVANIOIDEA) NO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, BRASIL

JOSE RICARDO ASSMANN LEMES, ANDREAS KOHLER

Resumo


A família Evaniidae (vespa-bandeira ou vespa-machadinha) é facilmente reconhecida pelo tipo de inserção do metassoma no propódeo. São encontrados em ambientes naturais, debaixo de cascas de árvores, folhagens, troncos caídos, serapilheira, plantas epífitas, locais onde existe um acúmulo maior de húmus, em solos arenosos e em ambientes urbanos, esgotos, casas, prédios, depósitos de alimento e lixo, sempre onde há a maior possibilidade de encontrar o seu hospedeiro. Para o Rio Grande do Sul não existem dados taxonômicos sobre a família, apenas a citação da presença da espécie exótica Evania appendigaster; sendo assim, a biodiversidade desta família é desconhecida no estado. O objetivo do presente trabalho foi realizar a separação do material tombado em seco pertencente à Evaniidae e realizar a identificação destes himenópteros em nível de gênero e morfoespécie ou em nível de espécie, quando possível, pertencentes à Coleção Entomológica de Santa Cruz do Sul (CESC) da Universidade de Santa Cruz do Sul.240 Para a identificação dos gêneros utilizou-se a chave proposta por Deans e Huben. Foram feitas para cada espécie ou morfoespécie diagnoses de suas características morfológicas e listas do material examinado, bem como pranchas com fotografias dos espécimes. Um total de 186 espécimes foi analisado, pertencentes a quatro gêneros diferentes: Evania (1%), Evaniella (45%), Hyptia (35%) e Semaeomyia (19%), coletados em quatro municípios do Rio Grande do Sul (Encruzilhada do Sul, Lagoão, Passa Sete e Santa Cruz do Sul) e um indivíduo de Semaeomyia coletado em Palmeira, no Paraná. A maior quantidade de Evaniidae foi coletada no ano de 2012 (n = 62), seguido por 2010 (n = 38) e 2009 (n = 37). Os evaniídeos tombados na coleção foram coletados através de quatro metodologias: coleta direta com rede de captura, armadilhas de intercepção de voo do tipo Malaise, armadilhas de intercepção de solo do tipo Pit-fall e bandejas coloridas. Em relação às morfoespécies/espécies encontradas para Evania analisou-se dois indivíduos pertencentes à Evania appendigaster; para Evaniella foram analisados 85 indivíduos pertencentes a três morfoespécies; Semaeomyia estava presente na coleção com 35 indivíduos pertencentes três morfoespécies e para Hyptia há tombado na coleção 65 espécimes pertencentes a três espécies, sendo elas Hyptia rufosignata, e duas espécies ainda não publicadas cientificamente, porém que constam no trabalho de revisão do gênero de Kawada, denominadas Hyptia C28 e Hyptia C34. A dificuldade encontrada na identificação das espécies de Evaniella e Samaeomyia se deve à falta de revisões taxonômicas nesses grupos. As descrições das espécies apresentam muitas lacunas sendo que a identificação deste grupo em nível específico é praticamente impossível. Sendo assim, uma revisão destes gêneros é necessária para que uma identificação segura seja realizada. As descrições das morfoespécies feitas podem auxiliar em futuras pesquisas envolvendo os gêneros. Cabe salientar que o hábito parasitário de Evaniidae tem grande importância ecológica no controle das espécies de Blattodea, considerados uma das principais pragas urbanas. Nesse sentido, a taxonomia desses animais merece destaque, já que pouco se conhece a respeito da fauna de Evaniidae na região sul do país e trabalhos como este contribui para diminuir estas lacunas na ciência.


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