IMPACTO DA MATA CILIAR SOBRE AS POPULAÇÕES DE FITOSEÍDEOS (ACARI PHYTOSEIIDAE) NO RIO TAQUARI, NO VALE DO TAQUARI, RIO GRANDE DO SUL

JÚLIA JANTSCH FERLA, ELISETE MARIA DE FREITAS, PATRÍCIA AMPOL, THAYNÁ FERNANDA DE SOUZA ADAELLI, NOELI JUAREZ FERLA

Resumo


Mata ciliar está presente em torno de rios, lagos, córregos e mananciais com a função de proteger as bordas, evitando erosões. Sua manutenção é importante para preservar a fauna e a flora endêmicas desse ambiente. Devido à intensa atividade econômica na região do Vale do Rio Taquari, atualmente a mata ciliar pode ser agrupada em três áreas: Degradada (D) - sem cobertura arbórea e presença de espécies herbáceas, trepadeiras e arbustos; Intermediária (I) - faixa estreita com cobertura arbórea cercada por cultivos agrícolas; e Preservada (P) - elevada diversidade e aparentemente, sem a presença de espécies exóticas.240O trabalho teve por objetivo reconhecer os ácaros predadores de Phytoseiidae presentes na mata ciliar do Rio Taquari, no Vale do Taquari, Rio Grande do Sul, em áreas Degradadas (D), Intermediárias (I) e Preservadas (P). Quinze pontos em dez municípios do Vale do Rio Taquari foram avaliados: Arroio do Meio (D), Bom Retiro do Sul (I), Colinas (I, P), Cruzeiro do Sul (I), Encantado (D, I), Estrela (I) Lajeado (D, I e P), Muçum (P), Roca Sales (D, D, P) e Taquari (P). Em cada ponto foram amostradas quinze espécies de plantas e triadas sob microscópio estereoscópico no período de uma hora de esforço amostral. Todos os ácaros encontrados foram montados em lâminas e uma amostra de cada planta foi preparada em forma de exsicata. A identificação foi realizada sob microscópio óptico com contraste de fases. Um total de 619 espécimes foi encontrado, pertencentes a 35 espécies, sendo 55,5% em I, 28,2% em D e 16,5% em P. Euseius concordis, Euseius ho, Iphiseiodes saopaulus, Iphiseiodes zuluagai e Typhlodromips mangleae, estavam presentes em todas as áreas. Maior riqueza foi observada nas áreas I e D, com 19 espécies. Em I, I. zuluagai (n=94) foi dominante,seguido de Amblyseius herbicolus (n=84), E. ho (n=47), Neoseiulus tunus (n=22) e Amblyseius impressus (n=21); em D, Typhlodromalus aripo (n=66) foi dominante, seguido de E. concordis (n=35), E. ho240 (n=19) e I. zuluagai (n=14) e em P, com menor riqueza, Thiphlodromalus sp. (n=20) foi dominante, seguido de E. ho (n=19), I saopaulus (n=10) e N. tunus (n=10). Maior diversidade (H222= 1,05) foi observada em P, seguida de I (H222= 0.9) e D (H222= 0,87). A planta que apresentou maior riqueza em I foi Luehea divaricata (Mart. & Zucc.) (n= 28), com cinco espécies, seguida de Piper amalago (L.) (n=25), com três; em P, Hybanthus bigibbosos (A. St.-Hil.) Hassl. (n=15) apresentou com quatro espécies, seguida de Guettarda uruguensis (Cham. & Schltdl.) (n=15), com cinco espécies; em D, Acalypha multicaulis (Müll.Arg) (n=27) 240e A. multicaulis (n=22), com 4 espécies. Pode-se concluir que na área I a acarofauna foi mais abundante, seguida da área D. Iphiseiodes zuluagai (n=114), A. herbicolus (n=85) e T. aripo (n=81) são os ácaros predadores mais abundantes na mata ciliar.240


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