ÁCARO DAS PENAS INFLUENCIADOS PELO AMBIENTE NA CRIAÇÃO DE GALINHAS POEDEIRAS EM LAJEADO, RIO GRANDE DO SUL

JÚLIA HORN K RBES, JULIANA GRANICH, LUIS CARLOS OLIVEIRA DA SILVA, MALENA SENTER, TAMARA BIANCA HORN, NOELI JUAREZ FERLA

Resumo


A avicultura é uma atividade econômica cada vez mais relevante, sendo que em muitas cidades é a principal fonte de renda. Fatores ambientais como temperatura e pluviosidade têm sido mencionados para explicar diferenças sazonais na intensidade, abundância e prevalência parasitárias. As ectoparasitoses podem levar à baixa produtividade e diminuição da qualidade dos ovos, destacando-se os ácaros hematófagos e das penas. Megninia ginglymura, conhecido como ácaro das penas, por se alimentar das secreções da pele e da própria pena, causando lesões na pele pela ação da saliva ou também a contaminação secundária por fungos e bactérias. Dentre os modelos de confinamento de galinhas poedeiras em granja avaliada há o automatizado, onde as galinhas são confinadas em gaiolas dispostas em diferentes andares com alimentadores e coleta de ovos automatizados. Neste modelo não há contato com aves silvestres por existir tela ao redor de todos os galpões. No modelo caipira, as galinhas são mantidas livres e podem circular por todo o local. No modelo semiautomatizado as aves são mantidas em gaiolas dispostas em diferentes níveis, sendo que a coleta de ovos é feita manualmente. O objetivo desse trabalho foi avaliar a distribuição de M. ginglymura em relação ao modelo de confinamento e condições ambientais dos aviários de uma granja de galinhas poedeira no município de Lajeado, RS. Foram avaliados seis aviários em três diferentes modelos de criação de galinhas poedeiras: três automatizados, dois semiautomatizados e um 223caipira224. Foram realizadas coletas quinzenais de cinco penas/ave de diferentes regiões do corpo. A avaliação foi realizada em dez aves/aviário, sendo cinco dispostas do lado direito e cinco no esquerdo. As penas foram retiradas e armazenadas em frascos contendo álcool 70% e levada ao laboratório, onde o conteúdo foi filtrado em papel filtro 223qualitativo224 e triado sob microscópio estereoscópico. Até 20 ácaros/pena foram montados em lâminas em meio de Hoyer. A identificação foi realizada sob microscópio óptico com contraste de fases. No modelo automatizado observou-se infestação equilibrada em ambos os lados ao longo de todo o galpão, não sendo possível concluir que o sombreamento influencia na infestação de M. ginglymura neste modelo. Este modelo apresentou menor abundância deste ectoparasita, totalizando 1.274 espécimes. Nos aviários semiautomatizado, sem o uso de pesticidas, a infestação também foi equilibrada em ambos os lados e nas diferentes porções do aviário quando sombreados uniformemente e com livre acesso das aves silvestres. No segundo aviário semiautomatizado, onde ocorreu o uso de pesticidas, foi observada uma maior infestação na área sem sombreamento. Este modelo apresentou maior abundância deste ectoparasita, totalizando 7.999 espécimes. No modelo caipira foi observada infestação uniforme por todo aviário. Neste local há sombreamento, contudo as aves são liberadas em alguns momentos do dia para tomar sol. Este modelo também apresentou grande abundância deste ectoparasita, porém menor do que o modelo semiautomatizado, totalizando 2.872 espécimes. A circulação de aves silvestres ocorreu nos aviários semiautomatizado e caipira, onde ocorreu maior população de Megninia ginglymura. Conclui-se que há maiores infestações de M. ginglymura no aviário semiautomatizado e maior concentração em área sem sombreamento. A possibilidade de circulação de aves silvestres nos aviários também parece influenciar na infestação.


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