AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA DE NASCENTES NA SUB-BACIA DO ARROIO ANDRÉAS, RS, BRASIL, UTILIZANDO O ÍNDICE BIOLÓGICO DE QUALIDADE DA ÁGUA (IBQA).

CARLA GISELDA HEINRICH, MARÍLIA SCHUCH, EDUARDO ALEXIS LOBO ALCAYAGA

Resumo


Nascentes são afloramentos do lençol freático, que dão origem a uma fonte de água de acúmulo ou a cursos d222água, constituindo-se em importantes fontes naturais de água na superfície terrestre. Mas apesar de sua evidente importância no fornecimento de água para a sustentação da vida, se têm observado inúmeros problemas vinculados a este recurso hídrico. Considerando estes aspectos, observa-se a importância da implementação de critérios ecológicos de avaliação suficientemente capazes de detectar e representar a carga poluidora e a tolerância aos seus efeitos nos ecossistemas límnicos. O monitoramento biológico fornece uma medida direta da integridade ecológica por utilizar a resposta das biotas às alterações ambientais. Neste contexto, a presente pesquisa objetivou avaliar a qualidade da água de nascentes localizadas na Sub-bacia do Arroio Andréas, RS, Brasil, através da aplicação do Índice Biológico da Qualidade da Água (IBQA), que utiliza algas diatomáceas epilíticas como organismos bioindicadores de contaminação orgânica e eutrofização. Desta forma, foram selecionadas oito estações de amostragem, localizadas em áreas de nascentes da referida sub-bacia, tendo sido realizadas coletas sazonais, entre Agosto de 2013 e Julho de 2014. Para as análises qualitativas e quantitativas, as amostras de algas diatomáceas foram raspadas de três rochas com cerca de 10 a 20 cm de diâmetro e fixadas com formalina. Com o material coletado foram preparadas lâminas permanentes para análise em microscópio óptico. Até o momento, a pesquisa possibilitou a identificação de 225 táxons, distribuídos em 52 gêneros, sendo que destes, 64 táxons foram considerados abundantes. De modo geral, os resultados indicaram que os níveis de poluição da água variaram entre "Fraco" e "Forte". Os altos níveis de poluição detectados podem ser explicados devido ao fato de terem sido identificadas espécies classificadas como abundantes e tolerantes à contaminação orgânica e eutrofização, como por exemplo, Achnanthidium minutissimum sensu lato, espécie característica de condições α-mesossapróbicas, ou seja, ambientes fortemente poluídos. Embora a pesquisa tenha sida realizada em áreas de nascentes, a ocorrência destas espécies poderia ser explicada considerando o uso destas áreas para fins agrícolas e criação de animais, comprometendo a estabilidade destes ecossistemas aquáticos em função do aporte significativo de fertilizantes e matéria orgânica, condição que caracteriza um processo de eutrofização. Os resultados evidenciaram, ainda, a eficiência do uso da comunidade de diatomáceas epilíticas na indicação de condições ambientais em cursos d222água lóticos subtropicais e temperados, uma vez que os resultados obtidos, de fato, representam o real estado de impactação, principalmente no que diz respeito à poluição orgânica e eutrofização.240


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