DOENÇA ARTERIAL PERIFÉRICA E SUA RELAÇÃO COM A DISPNEIA EM PORTADORES DE DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA EM REABILITAÇÃO PULMONAR.

JULIO CRISTIANO SIMON, CAMILA DA CUNHA NIEDERMEYER, CÁSSIA DA LUZ GOULART, DANNUEY M. CARDOSO, DULCIANE NUNES PAIVA, ANDREA LUCIA GOLÇALVES SILVA

Resumo


A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é caracterizada pela obstrução não totalmente reversível das vias aéreas, com consequente limitação ao fluxo aéreo e dispneia.240Adicionalmente, a DPOC tem sido recentemente descrita como uma doença com consequências sistêmicas, como a perda progressiva do condicionamento físico e da força muscular. A Reabilitação Pulmonar (RP) compreende uma intervenção baseada na avaliação do paciente, seguido por terapias toleradas pelo paciente que incluem exercício físico, educação e alteração comportamental, desenhadas para incrementar a condição física e psicológica dos portadores de DPOC. A reabilitação pulmonar tem demonstrado claramente que reduz a dispneia, aumenta a capacidade de exercício e melhora a qualidade de vida nos portadores de DPOC. Ovjetivou-se avaliar em portadores de DPOC, em reabilitação pulmonar, a presença de doença arterial periférica e sua relação com a dispneia. Um estudo transversal está em andamento realizado com portadores de DPOC ingressantes no programa de RP do Hospital Santa Cruz, em Santa Cruz do Sul-RS. Todos os pacientes foram avaliados na sua condição de repouso, em decúbito dorsal, para realização do Índice Tornozelo-braquial Geral (ITB). O ITB foi avaliado utilizando um esfigmomanômetro em membros superiores (03 centímetros acima da fossa cubital) e membros inferiores (03 centímetros acima do maléolo medial). A aferição da pressão arterial sistólica (PAS) foi realizada com doppler vascular portátil. A dispneia foi avaliada através do Medical Research Council (MRC), que é realizado através de uma escala graduada de 0 (dispneia a exercícios intensos) a 4 (não sair de casa devido à dispneia), de acordo com a intensidade de dispneia. A análise estatística foi realizada por métodos descritivos pelo programa Statistical Package for Social Sciences for Windows (versão 20.0). Foram avaliados 13 portadores de DPOC, com média de idade 66,31 ± 6,00 anos, predominância do sexo masculino (n=09), índice de massa corporal 28,48 ± 6,95 Kg/m2, com estadiamento da doença entre moderado e muito severo pela prova de função pulmonar (espirometria) e classificação entre 01 e 06 pelo índice BODE, ou seja, com sobrevida aproximada em 04 anos entre 57% a 80%. O resultado do ITB Geral em repouso foi 0,89 ± 0,11 e o resultado individual dos pacientes permitiu classificá-los em ITB normal (n=02, ITB= 1,04 ± 0,05), limítrofe (n=06, ITB= 0,94 ± 0,03) e presença de doença arterial periférica - DAP (n=05, ITB= 0,76 ± 0,06). O MRC variou entre 0 e 4, onde 5 pacientes relataram dispneia ao exercício intenso (MRC=0), 6 pacientes apresentam dispneia andando rápido (MRC=1), 1 paciente apresentou dispneia ao andar mais lentamente (MRC=2) e 1 com dispneia em repouso (MRC=4). Quando estratificados os pacientes conforme a presença ou não DAP e sua relação com a dispneia, encontramos os seguintes resultados: portadores de DPOC sem DAP apresentam dispneia quando 223andam rápido224 ou quando praticam 223exercício muito intenso224; portadores de DPOC com resultado limítrofe para DAP apresentam dispneia que varia quando 223andam lentamente224 até 223exercício muito intenso224; e portadores de DPOC com DAP apresentam dispneia que varia de "sem sair de casa" a 223exercício muito intenso224. A DAP está presente nos portadores de DPOC deste estudo, bem como se observa uma tendência de maior dispneia quando da presença desta morbidade.


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