ASSOCIAÇÃO ENTRE FORÇA DE PREENSÃO PALMAR E FORÇA MUSCULAR RESPIRATÓRIA EM PORTADORES DE DPOC INGRESSANTES EM UM PROGRAMA DE REABILITAÇÃO PULMONAR

CAMILA DA CUNHA NIEDERMEYER, ANDRÉA LUCIA GONÇALVES DA S LVA, DIOGO FANFA BORDIN, RICARDO GASS, DANNUEY MACHADO CARDOSO, DULCIANE NUNES PAIVA

Resumo


A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) apresenta um perfil inflamatório progressivo não reversível, produzindo obstrução das vias aéreas e aumento da resistência ao fluxo aéreo. Um dos principais sintomas é a dispneia, podendo ocorrer também disfunção muscular periférica e respiratória. Tais fatores podem conduzir à piora no condicionamento físico, intolerância ao exercício e limitação nas atividades diárias. Objetivou-se avaliar a associação entre a força de preensão palmar (FPP) e a força muscular respiratória (FMR) em portadores de DPOC ingressantes em um programa de reabilitação pulmonar. Foi realizado estudo quase-experimental (n = 14), em sujeitos ambos os sexos, com idade superior a 40 anos, portadores de DPOC grau 2 a 4 (GOLD), ingressantes em um Programa de Reabilitação Pulmonar (PRP) no Hospital Santa Cruz (HSC), em Santa Cruz do Sul 226 RS. A FMR foi avaliada por manovacuometria digital (MDI®, modelo MVD300, Porto Alegre, Brasil), onde foram mensuradas as pressões máximas inspiratórias (PImax) e expiratórias (PEmax). A PImax foi obtida a partir da expiração até o volume residual (VR) e inspiração até a capacidade pulmonar total (CPT) e a PEmax foi obtida a partir de inspiração até CPT e expiração até VR. A FPP foi aferida por dinamometria (Dinamômetro Jamar®, EUA) nos membros superiores dominante (MD) e não dominante (MND). Os indivíduos deveriam permanecer sentados com cotovelo fletido a 90º, antebraço em posição neutra e extensão de punho em aproximadamente 30º, sendo orientados a pressionar o dinamômetro com sua máxima força. Foram realizadas 03 medidas, sendo calculada a média entre elas. Para análise dos dados foi utilizado o programa SPSS (versão 20.0) e avaliada a associação pelo teste de correlação de Pearson, sendo considerado significativo um p<0,05. Foram avaliados 14 pacientes (09 homens), média de idade de 66,9 ± 6,2 anos e IMC de 28,6 ± 6,7 Kg/m2. A média da CVF foi de 66,3 ± 19,3 %pred, do VEF1 de 47,0 ± 16,0 %pred e do PEF de 41,1 ± 19,1 %pred. A análise da amostra evidenciou correlação moderada entre FPP no MD e PImáx (r=0,786; p=0,001), bem como entre FPP no MD e PEmáx (r=0,690; p=0,006). Houve correlação forte entre FPP do MND e PImáx (r=0,823; p<0,001) e correlação moderada entre FPP do MND e PEmáx (r=0,699; p=0,005).240Pode-se observar que nos portadores de DPOC ingressantes no PRP as pressões inspiratórias e expiratórias máximas estão intimamente relacionadas com o desempenho da FPP, tanto em MD quanto MND, o que sugere que o comportamento da força muscular global acompanha o da força muscular respiratória.


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