ÍNDICE TORNOZELO-BRAQUIAL: INFLUÊNCIA NA CAPACIDADE FUNCIONAL DE PORTADORES DE DPOC INGRESSANTES EM UM PROGRAMA DE REABILITAÇÃO PULMONAR

RICARDO GASS, ANDRÉA LÚCIA GONÇALVES DA SILVA, DANIELA ANGRI, TAÍNE CUNHA IMMER, DANNUEY MACHADO CARDOSO, DULCIANE NUNES PAIVA

Resumo


A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) apresenta perfil inflamatório progressivo que conduz a severa disfunção respiratória e sistêmica. Além do comprometimento das estruturas intrapulmonares podem ocorrer doenças arteriais periféricas (DAP), no qual o Índice Tornozelo-Braquial (ITB) aparece como uma medida não-invasiva para detecção de alterações circulatórias do fluxo arterial em membros inferiores. Objetivou-se avaliar a influência do ITB no desempenho no Teste de Caminhada de 6 minutos (TC6m) em portadores de DPOC ingressantes em um programa de reabilitação pulmonar (PRP). Foi realizado estudo quase-experimental (n = 12), com amostra voluntária de portadores de DPOC com idade superior a 40 anos, ingressantes no Programa de Reabilitação Pulmonar do Hospital Santa Cruz (HSC), em Santa Cruz do Sul-RS. O ITB é a relação entre a pressão arterial sistólica (PAS) dos tornozelos (direito e esquerdo) e a PAS braquial (direita e esquerda), aferido com o paciente em repouso, no qual é tomado como referência o maior valor verificado entre os lados aferidos. A aferição da PAS dos membros superiores e inferiores foi obtida com um esfigmomanômetro e um Doppler Vascular Portátil. Para a realização do TC6m foi utilizado o protocolo padrão do ATS Six-Minute Walk Test, tendo sido realizados 02 testes, um de prática para fins educativos e outro TC6m que foi validado para a coleta das informações da distância percorrida em seis minutos. A análise dos dados foi realizada no programa SPSS (versão 20.0), através do modelo de regressão linear múltipla (p<0,05). Foram avaliados 12 pacientes (06 homens), média de idade de 66,1 ± 6,7 anos e IMC de 29,01 ± 6,7 Kg/m2. A média da CVF foi de 66,3 ± 19,3 %pred, do VEF1 de 47,0 ± 16,0 %pred e do PFE de 41,8 ± 19,1 %pred. As variáveis independentes contempladas no modelo que explicaram, aproximadamente, 68% da variação no TC6m (R2ajustado = 0,681) foram a Escala de Borg (p = 0,012) e o ITB (p = 0,012). Em portadores de DPOC pode-se observar que o ITB e a Escala de Borg influenciou no desempenho no TC6m, sugerindo que a limitação do fluxo periférico pode refletir em menores distâncias percorridas pelos pacientes e, consequentemente, aumentando o esforço realizado pelos mesmos durante a caminhada.240


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