OBSERVANDO AS MIGRAÇÕES E DESLOCAMENTOS NA REGIÃO DO VALE DO RIO PARDO/RS

ANA CRISTINA RABUSKE, GRAZIELLE BETINA BRANDT, ROGERIO LEANDRO LIMA DA SILVEIRA

Resumo


A presente pesquisa integra as atividades realizadas no projeto Banco de Dados do Vale do Rio Pardo, desenvolvido pelo Observatório do Desenvolvimento Regional 226 OBSERVA-DR. O OBSERVA-DR constitui-se em uma rede de pesquisa e extensão, sob a coordenação do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional-UNISC, que reúne um conjunto de Programas de Pós-Graduação que atuam na temática do desenvolvimento regional. A pesquisa tem como objetivo organizar e disponibilizar um banco de dados regional, contendo informações estatísticas e espaciais sobre a temática das migrações e deslocamentos nos 23 municípios que compõem a região do Vale do Rio Pardo e apresentando observações iniciais sobre sua dinâmica de desenvolvimento, no período entre 2000 e 2010. O trabalho tem como foco a coleta, organização e análise das informações sobre entradas, saídas e saldos migratórios, tendo como base o recorte territorial da região de abrangência do COREDE do Vale do Rio Pardo. A partir da coleta de dados secundários junto ao Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e ao sistema SIDRA (Sistema do IBGE de recuperação automática de dados agregados), foram elaboradas planilhas, notas interpretativas, gráficos e mapas temáticos que possibilitaram analisar e avaliar as dinâmicas e processos relativos a temática das migrações e deslocamentos. Os resultados da pesquisa resultantes do tratamento e análise dos dados secundários sobre migrações e deslocamentos serão disponibilizados para consulta pública através do sítio do OBSERVA-DR. Os dados permitem analisar e incluir o fenômeno da mobilidade enquanto elemento de debate sobre o desenvolvimento regional, visto que as migrações e os deslocamentos revelam a plasticidade dos territórios e as possíveis desigualdades socioespaciais existentes. Desse modo, em relação aos dados sobre migração, observa-se que Santa Cruz do Sul apresenta o maior número de fluxo de imigrantes nacionais e internacionais, sendo estes relacionados principalmente a ofertas de trabalho, renda e educação, visto que a mobilidade da população acompanha a divisão espacial da produção de mercadorias, serviços e a busca de oportunidades de formação educacional e profissional em centros regionais maiores. No geral, a população residente por local de nascimento era no Censo de 2000, em sua maioria, proveniente da região Sul, e a minoria, da região Centro-Oeste. Comparando-se esses dados com o Censo de 2010, percebe-se que a menor população migrante pertence à região Norte e que os três estados do sul, principalmente o estado do Rio Grande do Sul, permaneceram sendo a maior massa de movimento populacional, evidenciando que as rotas migratórias tornaram-se mais intensas dentro do próprio estado ou da região de origem. 240O número de estrangeiros na região do COREDE Vale do Rio Pardo se manteve estável. Houve apenas o acréscimo de 22 estrangeiros na região, 14 deles localizados no município de Passa Sete, onde, anteriormente, não residia nenhum. Em relação ao deslocamento populacional, os maiores fluxos pertencem a Santa Cruz do Sul, onde as principais ocupações da população residente no município estão nas indústrias de transformação, no comércio e reparação de veículos. A agricultura e a pecuária são as principais ocupações da população residente de Venâncio Aires, Rio Pardo, Candelária, Encruzilhada do Sul e Vera Cruz.


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