RECONFIGURAÇÕES NARRATIVAS EM CONTEXTO MIDIATIZADO

DIANA DE AZEREDO, FREDERICO DE BARROS SILVA, DEMETRIO DE AZEREDO SOSTER

Resumo


Neste resumo, sintetizamos o trabalho do grupo de pesquisa Jornalismo e Literatura: Narrativas Reconfiguradas, estabelecido entre o curso de Comunicação Social 226 Jornalismo e o Programa de Pós-Graduação em Letras, da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Iniciada em janeiro de 2013, essa trajetória busca compreender os sentidos que emergem das reconfigurações narrativas percebidas a partir de uma imbricação entre Jornalismo e Literatura em um contexto midiatizado. Na primeira etapa de pesquisa, o recorte recaiu sobre os livros-reportagem de Fernando Morais e, em seguida, para as biografias de Olga Benário, Assis Chateaubriand e Paulo Coelho, também assinadas pelo jornalista brasileiro. Esse caminho foi percorrido com referências de quatro teorias: do Jornalismo, dos Sistemas, da Narrativa e da Midiatização. Inicialmente, identificamos, nas obras não-biográficas de Morais, a presença das cinco categorias jornalísticas apontadas por José Marques de Melo: Informativa, Opinativa, Interpretativa, Diversional e Utilitária. Ou seja, apenas uma categoria não dava conta de ajudar na compreensão da obra. Nossa hipótese de que essa diversidade de gêneros seria indexador de uma complexa estrutura narrativa passou a ser confirmada quando nosso olhar percebeu a existência de jogos de poder entre três narradores com vozes distintas: editor, jornalista e fonte. Reconfigurando o modelo inicial proposto por Luiz Gonzaga Motta, a partir de Genette, encontramos exemplos de elementos utilizados pelo segundo narrador, o jornalista, para estabelecer sua influência sobre o primeiro e o terceiro narradores. Os resultados dessa primeira fase de pesquisa foram apresentados em encontros locais, promovidos pela Unisc, regionais e nacionais como o Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação (Intercom). Entre os dias 6, 7 e 8 de agosto deste ano, tivemos a oportunidade de estender esse debate até Lima (PE) para os integrantes do Grupo de Trabalho do congresso da Associação Latino-Americana de Investigadores de Comunicação (Alaic). A investigação, agora, ganha novo fôlego com a percepção do sistema midiático-jornalístico como um quarto e poderoso narrador nessa estrutura. Nesta segunda etapa, nossa proposta de análise é a obra de Eliane Brum, utilizando como ferramenta o conceito de narrativa transmidiática, de Henry Jenkins. Conscientes de que a proximidade entre Literatura e Jornalismo ocorre desde o início deste segundo, nossa proposta é compreender quais são os sentidos emergentes desse diálogo que ocorre no contexto midiatizado, ou seja, marcado por profunda imersão tecnológica.


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