NA PONTA DOS DEDOS: O IPAD COMO INSTRUMENTO COMPLEXO DE COGNIÇÃO/SUBJETIVAÇÃO

YANAE MAIARA MEINHARDT, NIZE MARIA CAMPOS PELLANDA

Resumo


Com este projeto, através de subsídios teóricos e empíricos, pretendemos abrir novos caminhos na investigação do autismo que levem a uma existência mais plena aos sujeitos que se encontram no espectro autista. O foco desta pesquisa é o acoplamento sujeito autista com o objeto técnico, neste caso o iPad, desencadeando processos cognitivos e afetivos. O autismo é uma patologia cognitiva e entre as características apresentadas neste espectro podemos citar a dificuldade cognitiva e de comunicação. Neste projeto rompemos com a metodologia tradicional de tratar o autismo de maneira a não perturbar estes sujeitos, reforçando as estereotipias típicas do autismo. O iPad é um instrumento digital com a tela sensível ao toque, que leva à perturbação/mobilização afetivo-cognitivo, que auxilia no acoplamento do sujeito com a realidade interna e externa. As transformações cognitivas demonstram maior habilidade de superar os níveis de dificuldade dos aplicativos nos tablets e de fazer relações entre diferentes situações dos jogos, e a capacidade de perceber os padrões de apresentação de cada aplicativo. Este projeto trata de uma pesquisa qualitativa. Como quadro teórico nos apoiamos no Paradigma da Complexidade, a 223Complexificação pelo ruído224 de Henri Atlan; e a inseparabilidade do conhecer/subjetivar-se, pressuposto da teoria. Este projeto trata de uma pesquisa qualitativa. Como quadro teórico nos apoiamos no Paradigma da Complexidade, a 223Complexificação pelo ruído224 de Henri Atlan; e a inseparabilidade do conhecer/subjetivar-se, pressuposto da teoria 223Biologia do conhecer224 de Humberto Maturana e Francisco Varela. Os dados gerados na pesquisa são tratados a partir da ideia de mobilização interna a partir do ruído, desenvolvido pelo primeiro e o conceito de Autopoiesis desenvolvido pelo segundo. Em ambos há o principio de auto-organização em ação. Os sujeitos desta pesquisa são duas crianças de até 12 anos, que estão em diferentes posições do espectro autista. Os atendimentos são realizados semanalmente, com a duração de 30 minutos cada, no Serviço de Saúde Integrada (SIS) da UNISC, em uma sala com a divisão de um espelho, que dá acesso aos pesquisadores que estão atrás do espelho, visualizarem o atendimento com as crianças, que ocorre na frente do espelho.240O projeto ainda está em desenvolvimento, portanto ainda não há resultados finais, porém, podemos observar transformações significativas nos sujeitos autistas, tais como: crescimento de autonomia, melhoria das relações familiares, também já começam a cantar e falar, estão mais alegres e esboçam sorrisos ao ter contato com o iPad.240


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