EMOCIONAR: EXPERIÊNCIAS ENQUANTO ACONTECIMENTOS E O USO DAS TDIC

SANDRO DILAMAR DE BITTENCOURT, MAIRA MEIRA PINTO, CESAR AUGUSTO MULLER, NIZE MARIA CAMPOS PELLANDA

Resumo


As reflexões aqui relatadas partem do eixo teórico do Grupo de Ações e Investigações Autopoiéticas 226 GAIA, da Universidade de Santa Cruz do Sul 226 UNISC, que estuda a cognição e a subjetivação que emergem juntas no processo de viver. Por considerar as práticas tradicionais ainda vigentes na educação, que tratam o conhecimento de forma simplificada como representação de um mundo objetivo e externo ao sujeito que conhece, elaborou-se o projeto de pesquisa, Emocionar: experiências enquanto acontecimentos e o uso das TDIC, que tem como objetivo observar e compreender a cognição/emoção no processo de auto-constituição e complexificação dos sujeitos participantes através de experiências enquanto acontecimentos por meio das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação - TDIC. Coerente com os pressupostos teóricos do GAIA, a pesquisa fundamentou-se na Biologia da Cognição de Humberto Maturana e Francisco Varela, implicando o conceito complexo de cognição, na complexidade da aprendizagem pelo Ruído de Henri Atlan, na abordagem da experiência/acontecimento em Gilles Deleuze, nas reflexões sobre a técnica em José Ortega y Gasset e nas emoções em António Damásio. A base teórico-metodológico da investigação parte da pesquisa-intervenção, porquanto se vincula à compreensão de uma análise micropolítica do cotidiano, voltada para a desnaturalização e problematização das práticas instituídas. Utilizou-se também a autonarrativa como matriz fundamental da construção do conhecimento, pois produz significação à textura da experiência cotidiana. Em outras palavras, a autonarrativa nos conecta de modo interpretativo e multipotencial à existência, criados na processualidade da pesquisa-intervenção. As oficinas pelas quais as experiências acontecem e operam problematizações envolveram quinze adolescentes em situação de vulnerabilidade social de um bairro popular de Santa Cruz do Sul, RS/Brasil, que utilizaram os Laboratórios de Informática e espaços abertos da UNISC. Como resultado parcial, pois a pesquisa encontra-se em desenvolvimento, observamos e compreendemos que as TDIC romperam com os entendimentos de instrumentalização e ofereceram aos sujeitos implicados 226 adolescentes e pesquisadores 226 a liberdade de entregarem-se a si mesmo para criarem a si próprios, bem como suas realidades, potencializando e complexificando a cognição/emoção. Por conseguinte, as ações descritas poderão convergir para reflexões sobre a educação de forma complexa, isto é, unir as dimensões que foram cindidas e que marcam a cultura da modernidade.


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