APLICAÇÃO DE SISTEMA EM REGIME DE BATELADA PARA TRATAMENTO DE EFLUENTES PRIMÁRIOS DE CAMPUS UNIVERSITÁRIO COM ALAGADOS CONSTRUÍDOS DE FLUXO SUBSUPERFICIAL (SACS)

MAURICIO KERSTING, ENIO LEANDRO MACHADO

Resumo


O presente trabalho foi desenvolvido com o objetivo de caracterizar o efluente bruto de instituição de ensino superior, bem como aplicar tratamento com SACs para estas águas residuárias. O sistema experimental foi reativado, pois se tratava de instalação utilizada por uma mestranda do ano de 2010, localizado na Estação de Tratamento de Esgotos (ETE), no Campus da UNISC 226 Universidade de Santa Cruz do Sul, RS. O levantamento dos dados referentes à ETE foi feito junto à Coordenação Ambiental da Prefeitura do Campus da UNISC. De acordo com a Coordenação Ambiental, o esgoto drenado para tratamento na ETE é originário dos mictórios e bacias sanitárias, sendo que os restaurantes possuem sistemas de tratamento com caixa separadora de óleos e graxas e posterior encaminhamento para a ETE UNISC. A caracterização inicial do efluente bruto, assim como do efluente que passou pelo SACs, foi realizada usando os parâmetros DBO5, N-NH3, P-total, coliformes totais e Escherichia coli, turbidez, condutividade e pH. Para este estudo foram utilizadas duas diferentes configurações de sistemas SACs, constituídas de três compartimentos (caixas) sequenciais de 90 litros de volume útil. Todos os SACs foram dispostos sobre uma estrutura metálica na forma de degraus de escada, estando a caixa inicial de cada sistema a 1,4 m do chão, a caixa intermediária a 75 cm do chão e a caixa final a 10 cm do chão. As configurações foram as seguintes: a) as três caixas foram vegetadas com a macrófita aquática emergente Hymenachne grumosa com o fluxo subsuperficial; b) configuração para avaliar a eficiência do sistema suporte sem vegetação, sendo as caixas preenchidas com 240substrato, não estando nenhuma delas vegetada. O fluxo do efluente foi subsuperficial. O volume útil da caixa permitiu o tempo de detenção hidráulico (TDH) de 9 dias, com recargas a cada 3 dias, configurando sistema em batelada, concomitantemente com a coleta. A carga de 90L foi feita com volume conhecido no primeiro alagado construído de cada sistema e as coletas do efluente tratado no terceiro alagado construído. O monitoramento regular foi realizado a cada três dias, compatível com o carregamento do sistema de alagados construídos. Para a amostragem do efluente bruto foi realizada uma coleta de amostra simples do tanque equalizador da ETE UNISC. As amostras de cada parâmetro foram coletadas e armazenadas de acordo com orientação do laboratório de análises para cada método. A espécie Hymenachne grumosa escolhida como a planta a ser utilizada nos SACs é bastante comum em campos sulinos, sendo forrageira 240usada como alimento animal. Os valores dos efluentes medidos para cada variável foram comparados com os padrões da Resolução CONSEMA 128/06, que trata dos limites para descarte de efluentes líquidos em águas superficiais no RS. Dados fenológicos associaram na poda 0,17, 0,08 e 0,03 g cm-2 de massa verde úmida após três meses de operação de partida da unidade dos SACs, revelando a característica de estágio inicial da retomada do sistema radicular da unidade de fitorremediação. Os valores de depleção bioquímica de oxigênio foram reduzidas (DBO5) em 80% nestes três estágios, sendo que N-NH3 e Ptotal foram reduzidas em 54 e 35%, respectivamente, necessitando de ajustes quanto aos fatores de carga para atingir os limites estabelecidos na resolução 128/06 CONSEMA-RS.


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