A INFLUÊNCIA DA UMIDADE DA LENHA DE EUCALIPTO NA PRODUÇÃO DE VAPOR EM UMA CALDEIRA FLAMOTUBULAR

LUCAS LEONHARDT, HELIO DORNELES ETCHEPARE, EDUARDO RODRIGO RAMOS DE SANTANA, ENIZ CONCEIÇÃO OLIVEIRA

Resumo


Este trabalho está vinculado ao projeto de pesquisa Indústrias alimentícias do Vale do Taquari: estudo de contaminantes orgânicos e resíduos da cadeia produtiva. A produção de suínos, assim como a demanda por sua carne e derivados na alimentação da população, é consideravelmente crescente, tanto no âmbito nacional quanto internacional.240 Em um frigorífico, a queima de lenha de eucalipto em uma caldeira é responsável pela geração do vapor utilizada pela unidade em seus diferentes setores. Quando se trata do consumo de lenha, há duas variáveis no processo: o poder calorífico dessa lenha e sua umidade. O ideal é que a umidade da lenha esteja abaixo de 20%. Porém, quando estocada ao ar livre e exposta a longos períodos chuvosos, a umidade da lenha pode ultrapassar os 40%. Quando a umidade da lenha é superior a 20%, já há redução do poder calorífico, acarretando também em maior custo na queima, já que é necessário transformar em vapor essa umidade. É possível definir e quantificar o desperdício de energia térmica com a umidade elevada. Uma lenha de eucalipto com umidade igual a 12% gera 3.800 Kcal/Kg, porém a lenha analisada e utilizada pelo frigorífico tem umidade média igual a 25%, gerando 3.178 Kcal/Kg, havendo um desperdício de 622 Kcal/Kg, ou 27%, de poder calorífico por quilograma de lenha de eucalipto queimado. São queimados por dia em torno 60m³ de lenha, gerando assim 133.476.000 Kcal. Todavia, seria necessário usar apenas 50 m³ para obtenção do mesmo resultado. O tempo de utilização da lenha de eucalipto após o corte também influencia muito na sua umidade. A umidade da lenha de eucalipto, passados 60 dias do seu corte, diminui de 45% para 30%, aumentando seu poder energético em 35%. A pesquisa, quanto ao modo de abordagem, é qualitativa e, no que se refere ao método, é exploratório experimental, sendo realizada através de um estudo transversal e a partir de um plano de amostragem. Inclui-se, também, um levantamento bibliográfico e coleta. Foi avaliado o teor de umidade de 14 amostras de lenha. As amostras coletadas foram identificadas e pesadas. Após, foram acondicionadas em estufa aquecida a 105 °C por um período de 4 horas, sendo posteriormente colocadas em um dessecador por um período de 15 minutos e efetuada nova pesagem. Todo procedimento foi repetido a cada hora até a obtenção de peso constante. Com base nos resultados das análises, é possível verificar que a empresa obteria mais eficiência na queima se esta fosse utilizada com teor de umidade adequado. Isto poderia ser obtido de duas maneira: uma lenha cortada há mais tempo ou construção de uma área coberta para sua estocagem. Estas medidas otimizariam a produção de vapor e evitariam o desperdício de calor, tendo também maior rendimento financeiro e diminuição de custos, trazendo apenas benefícios para a unidade frigorífica.240


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