MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA TRATADA POR SISTEMA DE DESFLUORETAÇÃO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS.

GISELE STEIL RODRIGUES, EDUARDO ALEXIS LOBO ALCAYAGA, ADILSON BEN DA COSTA

Resumo


A fluorose dental em crianças tem sido diagnosticada em diferentes regiões do Brasil, particularmente na região do Vale do Rio Pardo e Rio Taquari-RS, associada ao consumo prolongado de água subterrânea com excesso de íons fluoreto. A Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), preocupada com o problema, vem desenvolvendo e monitorando a qualidade da água através de um sistema, a fim de reduzir a concentração de íons fluoreto na água de abastecimento até valores adequados ao consumo humano, estabelecidos pela Portaria no 2914, de 12 de dezembro de 2011, Ministério da Saúde, que permite um limite máximo de flúor de 1,5 mg L-1. O objetivo da presente pesquisa é o monitoramento da potabilidade da água tratada, através de um sistema de desfluoretação de águas subterrâneas. A metodologia empregada foi a implementação de um sistema no campus da UNISC em Santa Cruz do Sul, que permite a remoção parcial de íons fluoreto presentes na água, pois apresenta concentrações de íons fluoretos entre 2,5 e 4,0 mg L-1. Com base nesses dados foram confeccionados cinco filtros (identificados como F1, F2, F3, F4 e F5)240 contendo 6 kg de carvão ativado240 de osso bovino, granulado (20 226 60 mesh), como meio de melhor adsorvente de íons fluoreto, disponibilizado pela BONECHAR 226 Carvão Ativado do Brasil Ltda. Os filtros foram instalados junto aos blocos 12 e 8 da universidade. Os primeiros 50 litros de água tratada foram considerados como purga do sistema e descartados, para eliminar a turbidez, originária do carvão. Após, foi estabelecido um cronograma de monitoramento da qualidade de água tratada de cada filtro e da água subterrânea bruta, determinando pH, condutividade, turbidez e íons fluoreto no período vigente de agosto de 2013 a junho de 2014, sendo semanalmente coletadas amostras para a determinação da qualidade da água. Os resultados obtidos foram satisfatórios, pois o sistema de desfluoretação mostrou-se eficiente na remoção parcial dos íons fluoretos em excesso na água de abastecimento. O período de eficiência do sistema foi de sete meses, sendo assim, tratados, em média, 4.715±881 litros de água para consumo humano, a qual manteve os parâmetros monitorados dentro do especificado pela Portaria no 2914, Ministério da Saúde. A alta variação nos resultados apresentados pelos filtros (coeficiente de variação de 18,7%) se deve às diferentes condições de vazão em que foram operados, visto que atuaram em condições reais de uso. Tendo em vista os aspectos mencionados, os resultados confirmam a eficiência do carvão ativado de osso na adsorção de íons fluoretos, ou seja, a diminuição do excesso de flúor presente na água de abastecimento, e comprovando a sua aplicabilidade em sistemas de abastecimento para uso coletivo, como em escolas, universidade, estabelecimentos comerciais, entre outros. Cabe destacar que, atualmente, os sistemas de desfluoretação continuam sendo monitorados, a fim de ressaltar a eficiência do carvão ativado de osso após a troca da fase estacionária.


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