VESPA-DA-GALHA LEPTOCYBE INVASA (HYMENOPTERA: EULOPHIDAE) EM EUCALIPTO NA REGIÃO CENTRAL DO RIO GRANDE DO SUL, BRASIL

VINICIUS FERREIRA, CLEDER PEZZINI, EMANUELA SOMAVILLA, MARINA RAUBER, ANDREAS KOHLER

Resumo


A silvicultura no Brasil trata-se de uma importante atividade econômica, possuindo cerca de 6.516.000 hectares de florestas plantadas. Deste total, a maior parte é ocupada por espécies dos gêneros Pinus e Eucalyptus, sendo este Último responsável por 74,8% da ocupação silvicultural do país. Por se tratar de uma monocultura, o eucalipto está propício a ser atacado por uma grande quantidade de pragas e doenças. A vespa-da-galha Leptocybe invasa (FISHER & LA SALLE, 2004) trata-se da maior e mais preocupante praga que ataca plantas de eucalipto na atualidade, uma vez que acarreta na perda de grandes áreas de plantio por conta do dano que ocasionam, principalmente nas folhas da planta. O objetivo consistiu no levantamento de himenópteros parasitoides associados aos cultivos de eucalipto infestados com L. invasa em três municípios do Rio Grande do Sul, com o intuito de encontrar parasitoides nativos para a vespa-da-galha. A coleta do material foi realizada em três municípios: Santa Cruz do Sul, General Câmara e Vera Cruz. As coletas em Santa Cruz do Sul foram realizadas na empresa JTI e consistiram de duas técnicas de coletas: a primeira utilizando tecidos de voal para ensacar plantas de eucalipto, ou parte das mesmas que continham galhas, permanecendo 35 dias em campo; a segunda com coleta de ramos da planta que continham galhas, sendo acondicionados em potes plásticos até eclosão dos insetos. A segunda técnica foi utilizada para a amostragem do material de General Câmara e Vera Cruz. Os tecidos instalados em campo foram retirados após 35 dias e levados ao Laboratório de Entomologia da UNISC e os insetos que estavam em seu interior foram retirados e postos em álcool 70% para posteriormente serem identificados; já o material que encontrava-se acondicionado nas caixas foram armazenados no laboratório e permaneciam em temperatura ambiente por, no mínimo, 15 dias para eclosão das vespas, após esse período os indivíduos foram retirados e colocados em álcool 70% para posterior identificação. Foi coletado um total de 21.232 indivíduos pertencentes a Hymenoptera, dentre os quais estão distribuídos em 13 famílias. L. invasa (Eulophidae) foi a mais representativa com 20.973 indivíduos, seguidos por indivíduos de Platygastridae com 93 indivíduos e Braconidae com 81. De acordo com a bibliografia, os prováveis parasitoides da vespa-da-galha são espécies das famílias Torymidae e Eulophidae, os quais estão representados por 17 e 15 indivíduos, respectivamente. As demais famílias de Hymenoptera encontradas foram Aphelinidae, Apidae, Encyrtidae, Eupelmidae, Formicidae, Ichneumonidae, Mymaridae, Pompilidae, Vespidae, perfazendo 68 indivíduos. Além de Hymenoptera, foi possível identificar outras 11 ordens de Arthropoda, com um total de 3.850 indivíduos. Sendo assim, estudos envolvendo parasitoides das famílias Torymidae e Eulophidae, possíveis inimigos naturais de L. invasa, são de suma importância, uma vez que as mesmas podem ter um grande potencial controlador desta praga, podendo ser utilizadas em técnicas de Manejo Integrado de Pragas (MIP).


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