MONITORAMENTO FITOSSOCIOLÓGICO DA VEGETAÇÃO EM UMA ÁREA DE FLORESTAMENTO COM EUCALYPTUS EM SANTA CRUZ DO SUL, RS, BRASIL

SAMUEL AUGUSTO DA SILVA, JAIR PUTZKE, ANDREAS KOHLER

Resumo


"Plantas daninhas" referem-se basicamente as que germinam espontaneamente em áreas de interesse humano e que, de alguma forma, interfiram prejudicialmente nas atividades do homem. Em áreas agrícolas e de florestamento, pode-se destacar a competição por água, luz e nutrientes. Além desses fatores, há também o aumento progressivo nos custos de mão de obra necessária para as operações de limpeza e manutenção das áreas invadidas. No plantio de Eucalyptus spp, a interferência imposta pelas plantas daninhas é mais severa principalmente na fase inicial de crescimento, ou seja, do plantio até cerca de um ano de idade. O gênero Eucalyptus faz parte da família Myrtaceae e envolve mais de 600 espécies que estão adaptadas a diferentes climas e solos, sendo originária, a maior parte das espécies, da Austrália, podendo ser utilizadas para diferentes finalidades. O uso mais comum é o aproveitamento da madeira como lenha, postes, moirões de cerca, construções rurais, produção de madeira serrada, fabricação de painéis e fabricação de papel e celulose. A pesquisa teve como objetivo estudar as principais plantas invasoras que ocorrem em um plantio de 3 espécies diferentes de eucalipto, para avaliar o impacto do plantio sobre a vegetação existente, e comparando as espécies invasoras entre as estações nos três anos de pesquisa, bem como um futuro controle biológico destas plantas em outros florestamentos. A área do levantamento pertence à empresa Japan Tobacco International (JTI), localizada em Cerro Alegre Baixo, interior de Santa Cruz do Sul - RS. Foram feitas uma coleta por estação, realizadas entre 2013 a 2015. Na área do plantio de eucalipto, definiram-se aleatoriamente nove quadrados (cinco por cinco metros). O método fitossociológico utilizado foi o de parcelas de Braun-Blanquet. O material coletado foi levado ao Laboratório de Botânica, sendo elaboradas exsicatas, identificadas as espécies conforme bibliografia específica e tombadas no Herbário-HCB da Universidade de Santa Cruz do Sul. As estações que foram comparadas foram o verão, outono e inverno nos respectivos anos, e em todas as datas de 2014 se apresentou uma maior quantidade de Poaceae, principalmente Eragrostis airoides e Paspalum sp., e também alguns indivíduos da família Apiaceae, como Centella asiatica e Eryngium elegans, que apareceram em quase todos os pontos, além de alguns indivíduos de outras famílias, mas com uma menor quantidade, e em 2013 uma maior diversificação de famílias e indivíduos. Outro fator observado é a redução drástica de plantas daninhas no terceiro ano da pesquisa (2015), esse fator ainda mais visível no inverno do mesmo ano, ocorrendo uma predominância de Poaceae, crescendo somente entre as linhas do florestamento. Essa diminuição de indivíduos no plantio pode ser justificada pelos compostos alelopáticos produzidos pelo eucalipto que reduzem ou inibem o crescimento das plantas ao entorno do plantio. Comparado com a vegetação original, antes da implantação do florestamento, a vegetação mudou drasticamente, dando espaço para poucas espécies, principalmente plantas invasoras e pioneiras.


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