EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DE CROMO NO METABOLISMO DA GLICOSE E NA ESTABILIDADE GENÔMICA DE RATOS MODELO DE PRÉ-DIABETES

DIENE DA SILVA SCHLICKMANN, AUGUSTO FERREIRA WEBER, CAROLINE DOS SANTOS, MAIARA DE QUEIROZ FISCHER, PATRÍCIA MOLZ, SILVIA ISABEL RECH FRANKE

Resumo


O consumo excessivo de açÚcar tem aumentado nos Últimos anos, tornando-se um problema de saÚde pÚblica mundial. Uma das consequências da sobrecarga de açÚcar é a hiperglicemia, um passo para o estágio de pré-diabetes e futuramente ao desenvolvimento da Diabete Mellitus Tipo 2 (DM2). Ao longo dos anos, estudos têm sugerido que o Cromo na valência ⁺³ (Cr⁺³), em diferentes formas comerciais, pode atuar no metabolismo da glicose, potencializando a ação da insulina. Além disso, muitos estudos sugerem que o Cr⁺³ pode causar instabilidade genômica, mas não possui evidências de apresentar papel na promoção da estabilidade genômica. Diante disso, o objetivo deste estudo foi avaliar o efeito da suplementação de Cr⁺³ no metabolismo da glicose e na estabilidade genômica de ratos modelo de pré-diabetes. Este estudo foi aprovado pela Comissão de Ética no Uso de Animais da Universidade de Santa Cruz do Sul sob o protocolo nº 14/2013 e todos os procedimentos seguiram as orientações conforme a Regulamentação Brasileira para Estudos com Animais (Lei nº 11794/1999). Ratos Wistar machos (n=24), com cerca de 120 dias de idade, foram tratados com doses de açÚcar invertido, a uma concentração de 34%, e Cloreto de Cromo (ClCr3), na concentração de 58,4 mg/L, divididos em 4 grupos: i) controle (controle água), ii) açÚcar invertido (controle açÚcar invertido); iii) Cr (controle Cr⁺³ na forma de ClCr3); iv) Cr + açÚcar invertido (ClCr3+ açÚcar invertido). Ambos os tratamentos foram oferecidos ad libbitum na água de beber. Para a confirmação do estágio de pré-diabetes, os animais foram avaliados quanto à tolerância à glicose diminuída, pelo teste de tolerância à glicose intraperitoneal (ipGTT). A glicemia de jejum foi aferida, no final do experimento, nos animais utilizando-se um glicômetro portátil Accu-Chek®, coletando-se o sangue da veia cauda após 6h de jejum. Os ensaios cometa e de micronÚcleos de medula óssea foram utilizados para avaliar a estabilidade genômica. Os dados foram analisados no software GraphPad Prisma versão 5.01. Após 17 semanas de tratamento, o açÚcar invertido, na concentração de 34%, induziu os animais ao estágio de pré-diabetes, verificado no teste de ipGTT. A ingestão de ClCr3 foi capaz de diminuir a glicemia de jejum nos grupos tratados somente com o nutriente ou concomitantemente com açÚcar invertido em relação aos outros grupos (p=0,011). Ao avaliar a estabilidade genômica, observou-se que os grupos suplementados concomitantemente com Cr e açÚcar invertido apresentaram maiores índices de danos no DNA (p=0,030), avaliados pelo ensaio cometa. No ensaio de micronÚcleos de medula óssea, observou-se que o ClCr3, quando oferecido sozinho, apresentou uma maior frequência de micronÚcleos, porém não diferentemente significativo (p=0,790). Pode-se concluir, no presente estudo, que a suplementação de Cr, na forma de ClCr3, atuou no metabolismo da glicose, confirmando a hipótese de que o Cr⁺³ influencia no metabolismo da glicose. Além disso, o ClCr3 mostrou potencial para induzir danos genotóxicos no DNA no sangue, mas não danos cromossômicos, possivelmente devido à baixa toxicicidade da sua forma inorgânica. Esses resultados indicaram que o Cr, na forma de ClCr3, pode ser uma alternativa de tratamento para pacientes com pré-diabetes, a fim de diminuir o risco de progressão para o desenvolvimento do DM2 e/ou prevenir suas complicações.


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