IMUNIZAÇÃO PARA O VÍRUS DA HEPATITE B EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES DE SANTA CRUZ DO SUL - RS

RAFAELA DA SILVA, CÉZANE PRESCILA REUTER, JANE DAGMAR POLLO RENNER, MIRIA SUZANA BURGOS

Resumo


A infecção com o vírus da hepatite B (HBV) é um problema de saÚde pÚblica em todo o mundo, afetando mais de 2 milhões de pessoas e com mais de 350 milhões de portadores crônicos no mundo. Os anticorpos e antígenos associados com esta infecção incluem o antígeno de superfície da hepatite B (HBsAg) e anticorpo para o antígeno de superfície da hepatite (Anti-HBs). O HBsAg indica infecção aguda, que declina em níveis indetectáveis em 24 semanas, ou infecção crônica, quando ele permanece positivo. O Anti-HBs indica imunização contra a hepatite B, devido à vacina ou de uma infecção anterior curada espontaneamente. A vacina para Hepatite B recombinante está disponível pelo Ministério da SaÚde desde 1998 em recém-nascidos até um ano de idade. A imunização da vacina contra hepatite B conta com uma série completa de três ou quatro doses e induz uma resposta protetora em mais de 90% dos adultos e em mais de 95% das crianças e adolescentes saudáveis. A vacinação é composta por três doses (administradas à zero, um e seis meses), ou quatro (em zero, um, dois e 12 meses). O objetivo do nosso trabalho é descrever a ocorrência de imunização para a hepatite B (HBV) em crianças e adolescentes, bem como identificar os fatores sociodemográficos associados. Para a metologia, realizou-se um estudo descritivo-analítico transversal, em que foram incluídas amostras de escolares de 7 a 17 anos, pertencentes a escolas estaduais e municipais, da zona urbana e rural do município de Santa Cruz do Su l- RS. A pesquisa de anticorpos Anti-HBs foi realizada através da técnica ELISA semi-automatizada. A técnica foi realizada através de kit comercial Enzygnost Anti-HBs II (Dade Behring) conforme instruções do fabricante. A reação foi analisada no leitor de placa ELx 800 da BioTek. Foi considerado reagente quando o Anti-HBs foi superior ou igual 10 mUI/mL. Os fatores sociodemográficos foram avaliados por meio de questionário autoreferido. Foram usados os seguintes indicadores: sexo, faixa etária (criança e adolescente), rede escolar (municipal e estadual), região de moradia (urbana e rural) e nível socioeconômico, conforme critério estabelecido pela Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP). Foi realizada a análise estatística, utilizando o programa SPSS 22.0 (IBM, Armonk, NY, EUA), através de frequência e percentual para caracterização da amostra. A relação da frequência de amostras Anti-HBs positivas com fatores sociodemográficos foi testada através da regressão de Poisson, por meio dos valores de razão de prevalência e intervalo de confiança, considerando significativas as diferenças para p<0,05. Participaram do estudo 194 escolares. O sexo feminino (54,1%) predominou em relação ao sexo masculino. Os escolares são, em sua maioria, adolescentes (78,9%). O nível socioeconômico mais prevalente foi da classe C (66,5%). Nenhum dos estudantes foi reagente para o antígeno de superfície do vírus da hepatite B (HBsAg) e, somente 33% foram imunizados para o vírus da hepatite B. Não houve nenhuma significância estatística observada na relação entre do Anti-HBs e fatores sociodemográficos como sexo, faixa etária, rede escolar, região e nível socioeconômico. Apesar de não haver relação entre o Anti-HBs e os indicadores sociodemográficos avaliados, ressalta-se que é elevado o percentual de escolares não imunizados para o vírus da hepatite B.


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