ACIDENTES DE TRABALHO RELACIONADOS ÀS VISITAS DOMICILIARES REALIZADAS PELOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE

BRUNO COMPAGNONI, AMANDA CORRÊA DOS SANTOS, LUCIANE MARIA SCHMIDT ALVES, SUZANE BEATRIZ FRANTZ KRUG

Resumo


O Agente Comunitário de SaÚde (ACS), segundo o Ministério da SaÚde, é o profissional que cadastra famílias de uma determinada área e mantém esse cadastro sempre atualizado, realiza visitas domiciliares mensais, desenvolve ações na questão de prevenção de doenças e promoção de saÚde, participa do planejamento e programação local das ações de saÚde, entre outras atribuições. Na maioria das vezes os ACS exercem suas atividades fora das edificações da ESF, por meio de visitas domiciliares e cadastramento das famílias, visando à prevenção e promoção de saÚde. Deste modo, este estudo tem por objetivo evidenciar as dificuldades do ACS na zona rural e os acidentes de trabalho que podem ocorrer durante as visitas domiciliares. Trata-se de uma revisão bibliográfica realizada através de uma busca em publicações de periódicos nacionais, localizadas nos bancos de dados Scientific Eletronic Library Online (Scielo) e Red de Revistas Cientificas de America Latina y el Caribe,España y Portugal (Redalyc) a partir das palavras-chaves: agente comunitário de saÚde; atenção primária à saÚde; Estratégia de SaÚde da Família; Programa SaÚde da Família e SaÚde da População Rural. A revisão literária foi desenvolvida no ano de 2015 por bolsistas do Grupo de Estudos e Pesquisa em SaÚde (GEPS) da Universidade de Santa Cruz do Sul, integrantes do projeto "Sofrimento no trabalho de Agente Comunitário de SaÚde: um estudo nos munícipios da 13ª CRS - RS". As visitas domiciliares, principal atividade do ACS, são realizadas na microárea da ESF podendo ser de zona urbana ou rural, com o objetivo de conhecer o domicílio, identificando características socioeconômicas, culturais e ambientais; intervir na evolução de complicações; acolitar os indivíduos quanto à prevenção e o controle de doenças transmissíveis e não transmissíveis e incentivar praticas de autocuidado. Durante o percurso, os agentes são expostos a vários tipos de riscos, podendo sofrer algum acidente de trabalho no intervalo entre uma visita domiciliar e outra. Em áreas rurais, um dos maiores desafios apontados pelos ACS é a locomoção de uma residência até a outra, sendo obrigados na maioria das vezes a caminhar durante horas até chegar ao local desejado para desempenhar suas funções. A bicicleta, um dos meios de transporte mais utilizados pelos ACS, é sem dÚvidas uma ótima opção de locomoção, devido o seu baixo custo de aquisição, porém representa um grande perigo para os agentes durante o caminho para os domicílios. Em meio a terrenos irregulares, chuvas intensas e longas estradas, o agente corre o risco de sofrer uma queda e se lesionar, devido a problemas mecânicos da bicicleta ou por estar andando em um local inadequado. Ataques de cachorros soltos na rua ou no pátio das residências onde são realizadas as visitas domiciliares representam grande reclamação pelos ACS. Para evitar o ataque dos cães, os agentes procuram criar um vínculo com o animal, tentando acariciar e se familiarizar com os mesmos, para que não sejam mais surpreendidos de forma negativa pela sua presença. Entre outros acidentes, cortes com cacos de vidro e arames farpados no chão, picadas de insetos ou animais peçonhentos são frequentes em agentes que trabalham na área rural. Essas peculiaridades podem interferir tanto no trabalho do agente, quanto na sua saÚde e bem estar pessoal e profissional, sendo evidente a necessidade de aprimoramento na gestão em relação à segurança do ACS.


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