O USO DE BIOFILTRO COMO ALTERNATIVA SUSTENTÁVEL PARA TRATAMENTO DE EFLUENTES

TAMARA ENGELMANN GONÇALVES, ELISETE MARIA DE FREITAS, MARCELO COLLING, SIMONE STULP, EDUARDO MIRANDA ETHUR, LUCÉLIA HOEHNE

Resumo


A diminuição gradativa da quantidade de água potável no mundo é um problema que já está comprometendo futuras gerações. Nesse caso, o tratamento de efluentes antes da devolução para a natureza é de suma importância para garantir os recursos hídricos, e é uma das bases de um desenvolvimento mais sustentável. Fundamentados nos princípios e conceitos da sustentabilidade, é imprescindível a busca por tratamentos de efluentes que valorizem a facilidade de construção e manutenção, a qualidade ambiental e o uso racional dos recursos naturais, tanto para a devida conservação da água, como do meio ambiente em si. Em função de tais problemas, os governos tem desenvolvido projetos de leis que estipulam parâmetros pré- estabelecidos de vários componentes com potencial poluidor presentes nos dejetos industriais e sanitários. Com base nesses fatores, o objeto de estudo foi a utilização de um biofiltro composto basicamente de minhocas e maravalha em uma indÚstria de laticínios localizada no estado de Santa Catarina e também a avaliação da eficiência do mesmo, caracterizando os níveis de demanda química de oxigênio (DQO) antes e após passarem pelo biofiltro e também o controle do pH. Considerando estes fatos, esta estação de tratamento, de modo geral, é extremante simples e requer baixa mão de obra e baixo custo operacional. A estação é constituída de 3 tanques para a retirada do excesso de gordura por densidade, após o efluente é direcionado a um tanque, onde é feito o controle de pH, caso esteja ácido, é feita a adição de hidróxido de sódio (NaOH) até que atinja um pH neutro. Após isso, são esguichados cerca de 2m³/h do efluente por meio de chuveiros em um tanque composto por minhoca do tipo Eisenia andrei (vermelha-da-califórnia), uma microflora e microfauna enriquecida, maravalha, hÚmus e pedras. Pretende-se avaliar a eficiência do biofiltro por meio de resultados de DQO. Nesta estação de tratamento, as análises de DQO são feitas a cada 3 meses, tais análises foram realizadas com um equipamento móvel que consiste no uso de um termorreator, espectrofotômetro e o kit de reagentes adequado para a carga estimada do efluente. Para o ponto anterior ao biofiltro foi feita a análise com o Kit Nanocolor CSB test 0-28, para a faixa de 1000 à 15000 mg/L, sendo necessária a coleta de 0,2mL, pois se trata de efluente de laticínios altamente carregado. Já para a análise do ponto de saída do biofiltro é utilizado o Kit Nanocolor CSB test 0-29, pois é adequado para às faixas de 100 à 1500mg/L. As análises de pH analisadas, foram feitas com um pHmetro digital. Nas análises de DQO, foi obtido no ponto do pré biofiltro um valor mínimo de 2720mg/L e um valor máximo de 15160mg/L, tendo neste ponto um valor médio de 6889,3 mg/L. Já após a saída do biofiltro obteve-se um valor mínimo de 86mg/L e um valor máximo de 581mg/L, resultando em uma média de 256,71mg/L. O pH no tanque antecedente ficou em média 8,2 e no ponto de saída ficou em média 7,4. O controle dos níveis de DQO é de extrema importância para a preservação não só da água, mas como também do ecossistema aquático e do meio ambiente em geral. Visto que a DQO é um parâmetro importante para determinar o potencial poluidor de efluentes tanto sanitários como domésticos, o biofiltro teve uma média de eficiência nos níveis de DQO de 94%. Além de ser muito eficiente e com baixo custo, um dos produtos gerados pelo biofiltro com minhocas é o hÚmus, que pode ser usado como biofertilizante.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.