MONITORAMENTO DA QUALIDADE DA ÁGUA TRATADA POR SISTEMA DE DESFLUORETAÇÃO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS

GISELE STEIL RODRIGUES, EDUARDO ALEXIS LOBO ALCAYAGA, ADILSON BEN DA COSTA

Resumo


Um dos fatores preocupantes tem sido a ocorrência de fluorose dental em crianças que vem sendo diagnosticada no Brasil, como uma patologia associada ao consumo prolongado de água com excesso de íons fluoreto, a fluorose dental é uma deficiência na mineralização do esmalte devido à ingestão diária de fluoreto durante o desenvolvimento dental, sendo que, no Brasil o limite máximo de fluoreto permitido para a potabilidade da água é fixado pela Portaria nº 2914/2011 do Ministério da SaÚde, que determina 1,5 mg L-1. Em virtudes disso, foi desenvolvido um sistema de desfluoretação de águas subterrâneas, com o objetivo de monitorar a qualidade da água tratada e avaliar a eficiência do sistema, no qual foi instalado no Campus de Santa Cruz do Sul da Universidade de Santa Cruz do Sul, Rio Grande do Sul, apresentando concentrações de íons fluoretos entre 2,5 e 4,0 mg L-1. Desta forma, foram construídos e instalados cinco filtros, junto aos bebedouros, aos blocos 12 e 8, contendo 6 kg de carvão ativado de osso bovino (20 - 60 mesh) como meio adsorvente, disponibilizado pela BONECHAR - Carvão Ativado do Brasil Ltda. Para eliminar a turbidez originária do carvão e realizar a purga do sistema, os primeiro 50 litros de água foram descartados. Um cronograma de coleta das amostras foi elaborado, para cada amostra de água de cada filtro e também da água do poço que abastece os bebedouros. No período vigente deste estudo, agosto de 2014 a julho de 2015, foram analisados semanalmente os parâmetros de condutividade elétrica, íons fluoreto, pH e turbidez, para a determinação da água tratada e demais parâmetros analisados mensalmente. Os resultados obtidos dos cinco filtros de desfluoretação mostraram-se eficientes na remoção parcial dos íons fluoreto. Ao total foram analisadas 50 amostras de cada filtro, no qual se mantiveram dentro do especificado pela Portaria nº 2914. O período de eficiência do sistema foi de sete meses, tratando ao todo 58.069 litros de água (média 6.073 ± 1.382 litros, n=5) de água para consumo humano e uma média de 26,3 ± 7,5 de volume de água por dia, até a troca da fase estacionária. A alta variação nos resultados apresentados pelos filtros (coeficiente de variação de 22,8 %) se deve as diferentes condições de vazão em que foram operados, visto que atuaram em condições reais de uso. Tendo em vista os aspectos mencionados,os resultados ressaltam a eficiência do carvão ativado de osso na adsorção de íons fluoretos, comprovando a sua aplicabilidade em sistemas de abastecimento para uso coletivo, como em escolas, universidades, estabelecimentos comerciais, entre outros. Cabe destacar que, atualmente, os sistemas de desfluoretação continuam em operação, fornecendo água desfluoretada para parte da comunidade acadêmica, sendo monitorados continuamente.


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