Atualmente o grupo das microalgas tem ganhado certo destaque, sendo utilizado em diversas aplicações biotecnológicas. Sua diversidade, adaptabilidade a diversas mudanças do ambiente, capacidade de fixação de CO₂ e outros poluentes, alta concentração de lipídeos e rápido crescimento, são algumas das características que às tornam uma alternativa na produção de biodiesel. Apesar de seu potencial na elaboração de biocombustíveis, sua produção apresenta custos elevados, no entanto, a utilização de consórcios de microalgas e bactérias poderia levar a uma redução nestes custos. O consórcio entre microalgas/bactérias, no entanto é uma forma de beneficiar ambas as espécies. A bactéria através do seu processo de oxidação da matéria orgânica fornece o CO₂ para a microalga, e a microalga através do processo de fotossíntese fornece o O₂ para a bactéria. Contudo, as relações entre algas e bactérias são bastante complexas, onde sua interação pode estimular positivamente as espécies, promovendo o seu desenvolvimento, ou negativamente, promovendo a inibição do crescimento destes microrganismos. Neste contexto, o presente trabalho teve por objetivo isolar e cultivar espécies de microalgas e bactérias nativas da ETE- UNISC (Estação de Tratamento de Efluentes da UNISC), a fim de, futuramente, avaliar e elucidar as interações entre estes dois grupos microbianos visando otimizar a produção de biomassa microalgal para fins de produção de bioprodutos. Para o isolamento das bactérias e microalgas, o efluente da ETE-UNISC foi diluído em solução salina a 0,85%, as diluições semeadas em ágar nutriente (AN) e as placas incubadas a 37°C por 24-48 horas. Para a produção de cepas puras as diferentes colônias bacterianas obtidas foram estriadas por esgotamento em AN. A morfologia, arranjo e reação tintorial das células foram determinadas a partir da coloração de Gram. Colônias com características macroscópicas de microalgas foram isoladas em meio LC Oligo. A identificação das espécies predominantes foi realizada através de microscopia ótica. Como resultados parciais do estudo foram isoladas nove linhagens bacterianas, das quais 05 eram Gram positivas e 04 Gram negativas. Dentre o grupo de microalgas, foi possível identificar, até o momento, o gênero Chlorella, o qual se mostrou predominante nas amostras avaliadas. Contudo observou-se também a presença de outros grupos de microalgas os quais serão investigadas mais detalhadamente no decorrer dos experimentos. Este primeiro grupo de clorofíceas, com células esféricas, elipsoidais ou ovoides, é amplamente conhecido por sua grande distribuição e adaptabilidade, sendo encontrada associada a ambientes que apresentam poluição orgânica. Seu rápido crescimento e resistência à poluição contribuem para a sua utilização em diversos estudos como um gênero representativo na produção e obtenção de biomassa.