PERFIL DE FUNCIONALIDADE NA ÁREA MUSCULOESQUELÉTICA A PARTIR DO MODELO BIOPSICOSSOCIAL DA CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE FUNCIONALIDADE, INCAPACIDADE E SAÚDE

Sabrina Antonio de Souza, Júlia Cabral Gassen, Cássio Henrique Zuge, Margarida da Silva Mayer, Tania Cristina Fleig

Resumo


Os modelos teóricos dominantes para resultados em saúde, em consequência da doença, têm sido desenvolvidos pela Organização Mundial de Saúde. A versão mais recente, a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (ICF) baseia-se num modelo biopsicossocial, e apresenta uma linguagem globalmente aceita para a comunicação sobre a funcionalidade, o que implica a consideração para a função do corpo, a autonomia do sujeito e o engajamento em sociedade. O objetivo deste trabalho foi conhecer os estudos que validam a ICF no processo de avaliação, classificando a funcionalidade de sujeitos assistidos na área musculoesquelética. A revisão narrativa sobre estudos que utilizaram a ICF para classificação de funcionalidade de sujeitos assistidos no processo de intervenção musculoesquelética exclusivamente. O período eleito abrangeu 2010 a 2015. A pesquisa foi realizada nas bases de dados eletrônicas, nacionais e internacionais: LILACS, SciELO e PubMed, utilizando os seguintes descritores: Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde; CIF; ICF e musculoesquelética; International Classification of Functionining; ICF; ICF and musculoskeletal. A análise inicial dos títulos e resumos foi feita de forma independente por três bolsistas pesquisadores. Destes, foram selecionados os artigos para a etapa de leitura na íntegra e segunda análise. Na busca às bases de dados foram incluídos apenas os artigos que se encontravam disponíveis na íntegra, considerando como critérios de inclusão as publicações científicas que apresentaram a ICF como ferramenta para o perfil de funcionalidade referidos a partir dos componentes função e estrutura do corpo, atividade e participação, e fatores ambientais. Dos 88 artigos que foram selecionados para a leitura na íntegra, passando pela etapa de análise, resultaram 30 artigos que correspondem aos objetivos quanto à aplicação da ICF, mencionando os componentes. Com o predomínio de 14 estudos relacionados à reumatologia, apresentando 85,7% função do corpo, 71,4% estrutura do corpo, 100% atividade e participação, 64% fatores ambientais.  Nos 12 estudos relacionados a traumato ortopedia, com 100% função do corpo, 83,3% estrutura do corpo, 100% atividade e participação, 75% fatores ambientais. Para os 04 estudos na geriatria, verifica-se 100% função do corpo, 50% estrutura do corpo, 100% atividade e participação, 100% fatores ambientais. Para o componente que trata dos fatores pessoais verifica-se que ainda são insuficientes as abordagens para considerar a relevância nos estudos revisados. Com base nos textos analisados da área musculoesquelética pode-se concluir que há predomínio no componente atividade e participação (100%), tendo explicitado a percepção para a autonomia do sujeito quanto ao seu envolvimento nas situações de vida e relações sociais. Dos aspectos negativos da avaliação, ou seja, da deficiência, há domínio para a relação dos componentes da ICF com a disfunção avaliada, resultando para componentes de função do corpo (93,3%) e estrutura do corpo (73,3%). Os fatores ambientais (73,3%) relacionados numa análise global suportarão o desempenho esperado no processo de reabilitação, bem como, podem dar garantias de elucidação das barreiras que porventura impedem ou limitam a progressão dos processos de reabilitação na área da musculoesquelética.

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