SAZONALIDADE DA VESPA-DA-GALHA LEPTOCYBE INVASA FISHER & LASALLE, 2004 (HYMENOPTERA: EULOPHIDAE) EM PLANTIO DE EUCALIPTO EM SANTA CRUZ DO SUL, RIO GRANDE DO SUL, BRASIL

Mayara Wisniewski Pires, Marina Rauber, Andreas Köhler, Simone Mundstock Jahnk

Resumo


Espécies de Eucalyptus (L'Hér) (Myrtaceae) vêm sendo cultivadas no Brasil para produção de celulose, carvão, madeira, além de servir como ornamentação, barreiras quebra-vento, fornecedoras de néctar e pólen para a apicultura, entre outros. É também boa opção econômica para pequenos produtores em cultivos em consórcios silvipastoris ou agroflorestais. Com a introdução da monocultura no Brasil, ocorreu o registro de muitas pragas e doenças associadas às espécies plantadas. Leptocybe invasa Fisher & LaSalle é uma vespa que ataca plantios jovens de eucalipto, formando galhas em suas folhas e ramos. No caso de grandes infestações, os estragos consistem em deformações nas folhas e ramos, bem como uma redução do crescimento da árvore. Foi registrada pela primeira vez no Brasil em 2008 e, devido à sua rápida dispersão, em 2013 seu ataque já era observado em 14 estados brasileiros, incluindo o Rio Grande do Sul. Com isso, o objetivo do trabalho foi acompanhar a flutuação populacional de adultos de L. invasa em um plantio de eucalipto com alto nível de infestação, localizado na ADET da JTI Kannenberg, Santa Cruz do Sul. Dentre os meses de fevereiro e julho de 2016, foram avaliadas quatro armadilhas do tipo Malaise dispostas na borda do plantio de eucalipto da ADET. Este plantio de eucalipto, criado em setembro de 2015, consta de 160 plantas distribuídas aleatoriamente, subdivididas em 10 espécies/clones diferentes com 16 indivíduos cada: Clone 1 114, Clone 1528, Clone 2864, Clone 469 PA, Clone Grancam 1277, Clone Grandis 1071, Clone Grandis Flosul, Eucalyptus benthamii, Eucalyptus dunni e Eucalyptus grandis. Até julho, a média do tamanho e espessura das plantas variou entre 2,2 e 4,8 metros de altura e 4,6 e 13,8 centímetros de diâmetro. A cada 15 dias, o material entomológico capturado pelas armadilhas foi coletado e identificado, com o intuito de constatar a presença da vespa-da-galha. A identificação do material foi realizada no Laboratório de Entomologia da Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC, com o auxílio de bibliografias específicas. Ao longo dos seis meses, foi encontrado um total de 1.012 himenópteros, dos quais 66 pertenciam a L. invasa, totalizando 7% dos himenópteros identificados. O restante, 946 indivíduos, pertenciam a outras famílias de Hymenoptera (Apidae, Braconidae, Chalcididae, Crabronidae, Diapriidae, Encyrtidae, Eupelmidae, Eurytomidae, Figitidae, Formicidae, Ichneumonidae, Mutillidae, Mymaridae, Platygastridae, Pompilidae, Pteromalidae, Trichogrammatidae, Vespidae e outras espécies de Eulophidae), totalizando 93%. Em fevereiro o número de indivíduos de L. invasa chegou a 21, decaindo ao longo dos meses até zero em maio, junho e julho, indicando, assim, o período de dormência da espécie durante o inverno. Até o momento, não foram constatados parasitoides no plantio de eucalipto em estudo. Tratando-se de uma praga recente, ainda não existe um sistema de controle definido, o que torna este inseto um importante alvo de trabalhos de pesquisa com ênfase em sua biologia e estratégias de controle, visando atingir um manejo integrado de pragas.

 

Apontamentos

  • Não há apontamentos.