A ergoespirometria permite avaliar a capacidade cardiorrespiratória através de análise de gases do consumo de oxigênio (VO2), da produção de gás carbônico (VCO2) e do quociente respiratório (QR), permitindo identificar alterações metabólicas bem como as fisiológicas como a frequência cardíaca. Cabe considerar que a ergoespirometria permite identificar a capacidade cardiorrespiratória e por estar esta associada a agravos, entre os quais pode se mencionar as alterações cardiovasculares, o excesso de peso e as dislipidemias. O objetivo deste estudo comparativo foi relacionar o perfil bioquímico com o consumo de oxigênio, a produção de dióxido de carbono e o quociente respiratório de trabalhadores rurais. Este estudo constou de 115 trabalhadores rurais, sendo 72 do sexo feminino, com idade média de 52,44(±10,88) anos, integrantes do projeto “Triagem de fatores de risco relacionados ao excesso de peso em trabalhadores da agroindústria usando novas tecnologias analíticas e de informação em saúde”. A avaliação constou de ergoespirometria, através do protocolo Bruce Modificado, obtendo-se as variáveis cardiorrespiratórias (VO_², VCO_² e QR), por um analisador de gases da marca VO2000. As variáveis bioquímicas avaliadas em jejum de 12 horas, armazenadas em tubo Vacutrainer contendo ou não anticoagulante que foram submetidas à separação de sangue total, plasma e soro. A determinação de colesterol total (CT), colesterol de alta densidade (HDL-c), colesterol de baixa densidade (LDL-c), triglicerídeos (TG), glicose (GLI) foram realizadas em triplicatas de soro pelo método enzimático colorimétrico (reação de trinder), em equipamento automático Labmax Progress modelo standard. Os dados foram analisados de forma geral e dicotomizadas por sexo, através do software Statistical Package Science Socials (SPSS), versão 20,0, utilizando teste Shapiro-Wilk e correlação de Spearman, considerando p<0,05. Nos resultados do grupo em geral, quando comparados as correlações entre variáveis bioquímicas e cardiorrespiratórias, obteve-se correlação entre TG e VO_² com r = - 0,286 e TG e VCO_² r = - 0,186, para as demais variáveis não houve correlação significativa. Quando dicotomizados por sexo não houve correlação nas variáveis bioquímicas com VO₂, VCO₂, QR no sexo masculino, já no feminino houve correlação moderada entre VO_² e CT (r = 0,233), TG (r = 0,389) e LDL-c (r = 0,274), já para VCO_², houve correlação com TG (r = 0,249). Cabe considerar que os resultados indicam que os valores de repouso do perfil bioquímico (TG) foram associados com VO² e VCO², no grupo como um todo, de forma inversa. Já nas mulheres, de forma direta, houve associação com CT, TG e LDL-c, as demais variáveis bioquímicas não apresentaram associação com as cardiorrespiratórias.