Fragmentos de mata podem servir a diversos propósitos, desde o econômico ao ambiental como preservação, pesquisa, turismo e Educação Ambiental. A criação de um Jardim Botânico em áreas florestadas cumpre esses objetivos, proporcionando à comunidade um local ideal para o desenvolvimento de diversas atividades aliadas à manutenção da flora e fauna nativa e ao conhecimento a respeito das diferentes espécies de plantas existentes em todo planeta. O município de Vera Cruz, no Rio Grande do Sul, apresenta uma porção de mata inserida no meio urbano com todas as características necessárias para a implantação de um Jardim Botânico.  Com o intuito de apresentar ao público a beleza, diversidade e importância das plantas e fungos da região e do mundo, o objetivo do trabalho foi criar uma proposta de caracterização das trilhas elaboradas para o futuro Jardim Botânico de Vera Cruz. O local idealizado se encontra ao sul da área urbana do município e contém 15 ha de mata em diferentes estados de conservação. Além de plantas nativas, existem vários indivíduos de plantas exóticas. Atualmente, da área são extraídas plantas e terra, provavelmente para uso em floriculturas. Além disso, alguns locais servem como depósito de lixo. Para a elaboração do projeto, foram visitados alguns dos jardins botânicos do estado, a fim de buscar ideias e implantar um sistema de trilhas o mais informativo possível ao visitante. O trabalho resultou na elaboração de duas trilhas, que juntas percorrem quase toda a extensão do Jardim Botânico. A primeira  (Oeste para Leste na metade Norte no eixo maior, com 750 m) e a segunda (voltando de Leste para Oeste na metade Sul, com 760 m) foram elaboradas sempre que possível usando caminhos pré-existentes, buscando trajetos que apresentassem cenários atrativos. Objetivando a melhor organização, funcionalidade e atratividade das trilhas, decidiu-se dividir a primeira em 15 setores, cada um caracterizado de acordo com um táxon ou tema escolhido. Portanto, em cada parcela haverá a implantação de indivíduos de diferentes áreas do globo que representarão no conjunto, a paisagem objetivada para cada setor. A segunda trilha permanecerá inalterada pois faz parte da área mais preservada do parque, podendo servir como um roteiro interpretativo, possibilitando diversas abordagens. Além das plantas, o futuro Jardim Botânico de Vera Cruz deverá conter em suas trilhas, representantes de fungos, demonstrando a importância da decomposição e das associações nas quais esses organismos participam. Algumas atividades realizadas na área de estudo ameaçam sua preservação, reforçando a necessidade imediata da implantação de cercamento e proteção do local. A correta organização das trilhas do futuro Jardim Botânico de Vera Cruz é fundamental ao objetivo de atrair pessoas e despertar nelas a vontade de preservação da natureza.