OS DESAFIOS E AS PERSPECTIVAS DA MOBILIDADE INTERNACIONAL DE JOVENS UNIVERSITÁRIOS DA REGIÃO DO VALE DO RIO PARDO (RS)

Gabriela Maria Etges, Cristiana Verônica Mueller, Grazielle Betina Brandt

Resumo


A presente pesquisa buscou levantar dados referentes aos estudantes da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) que realizaram uma experiência de mobilidade internacional via programa Ciência Sem Fronteiras (CSF). A primeira etapa de levantamento de dados foi feita por intermédio da Assessoria para Assuntos Internacionais e Interinstitucionais (AAII) da Universidade, que forneceu uma lista com dados primários dos participantes do CSF. Após, foi enviado aos participantes um link, com um formulário do Google Docs com perguntas fechadas e de múltipla escolha, além de algumas perguntas abertas. Dos 83 participantes, foi obtido o retorno de mais de 50% dos participantes, somando 43 respondentes no total. Através da lista fornecida pela AAII e pelo formulário, foi possível analisar o perfil socioeconômico dos participantes. Quase 63% dos alunos participantes são do sexo masculino, sendo que metade destes estuda nas áreas da Engenharia. A idade média dos participantes é de 22 a 25 anos e a maioria estudou em escola pública, tanto no ensino fundamental quanto no ensino médio. A renda do grupo familiar gira em torno de R$ 788,00 a R$ 3.940,00 reais. O segundo momento da pesquisa buscou avaliar as questões abertas, onde os acadêmicos relatam as experiências adquiridas com a mobilidade. Entre os aspectos principais abordados, alguns participantes consideram que o programa qualifica os jovens no exterior e os traz de volta a um ambiente onde pouco se investe em pesquisa e educação, especialmente se comparado aos locais de destino dos jovens. Mais de 60% dos alunos participantes saíram do Brasil pela primeira vez através do Ciência Sem Fronteiras. Após a volta, 47,6% dos alunos afirmaram não estarem satisfeitos com o local de moradia atual e 100% deles desejam realizar outra experiência internacional. A partir dos relatos, os jovens avaliam o mercado da região - e até mesmo do Brasil - como limitado, já que, em geral, ainda se apresentam de forma incipiente as possibilidades de valorização para a qualificação "extra" desses alunos. Uma parte dos estudantes deste grupo que já finalizaram a graduação busca, atualmente, se estabelecer em locais onde essa qualificação tende a ser mais valorizada, como grandes centros ou ainda outros países. Os jovens ainda relataram que a experiência da mobilidade favorece o desenvolvimento acadêmico, profissional e pessoal. Alguns alunos ressaltaram que a visão profissional foi ampliada devido à mobilidade, pois passaram a enxergar mais oportunidades no mercado de trabalho.

 

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