O ENVELHECER PARA OS IDOSOS DA UNIVERSIDADE DO ADULTO MAIOR (UNIAMA)

Iva Selmira Viebrantz, Rafaele Klafke, Nívia Arlete Souza Duarte, Silvia Virginia Coutinho Areosa

Resumo


O aumento da expectativa de vida e o envelhecimento ativo fazem com que os idosos busquem formas de se relacionar e aprender continuamente. Nessa perspectiva, a Universidade do Adulto Maior (UniAMa) da Universidade de Santa Cruz do Sul, criou um curso de extensão que oferece ao idoso atividades educativas e socioculturais, e o presente trabalho objetivou conhecer a percepção dos idosos das turmas de 2014 e 2015 sobre velhice e o processo de envelhecer. A abordagem metodológica adotada foi uma análise quantitativa dos questionários aplicados nos idosos do UniAMa, buscando-se descobrir o significado que os participantes dão para as coisas e para a vida. Os instrumentos foram aplicados por estudantes de Medicina e Psicologia que atuam no Projeto “Programa Terceira Idade na UNISC: Avaliando o Processo de Envelhecimento”. Para este trabalho, analisaram-se os questionários aplicados nas turmas de 2014 e 2015. Os dados analisados referem turmas heterogêneas, mas com predomínio feminino, e idades entre 60 e 82 anos. Quanto à percepção do significado da velhice a grande maioria considera uma etapa normal e boa da vida (32,5%), outros relacionam com maturidade e experiência de vida (25,5%), e o restante relaciona com fatores negativos, como acomodação, desânimo, dependência e solidão. No que se refere ao que é ser velho, 20 idosos relacionam com situação de dependência (46,5%), 11 com acomodação e falta de motivação (25,6%), e 12 referem como experiência ou solidão (27,9%). Assim, sua independência faz com que não se considerem velhos, pois consideram velho quem é dependente. Com relação ao círculo social, a grande maioria refere manter boas relações de amizade, perfazendo um total de 74,4% (32 idosos), enquanto que 25,6% (11) referem ter poucos amigos ou dificuldades para estabelecer amizades. Nas relações familiares a situação é semelhante, mas o saldo positivo é ainda maior, pois 86% (37) consideram que possuem relações ótimas ou boas, e apenas 14% (6) relatam alguma dificuldade no contexto familiar. Portanto, o trabalho da UniAMa tem sido de grande relevância, seja para os docentes, para os idosos que encontram um local de troca e aprendizado, ou para os estagiários, que aprendem na prática o que é o envelhecimento. E nessa perspectiva ressalta-se o trabalho da UniAMa que tem por objetivo oferecer ao idoso um processo de educação continuada, com atividades educativas, organizativas, socioculturais e comunitárias, no intuito de propiciar a valorização das experiências, estimular a autonomia e o protagonismo social, e contribuir para um processo de envelhecimento ativo e saudável. A primeira turma iniciou em abril de 2014, e desde então tem aberto inscrições anualmente.


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