PERDA COGNITIVA, DEPRESSÃO E ANSIEDADE NA TERCEIRA IDADE

Rafaele Luiza Klafke, Nívia Arlete Souza Duarte, Iva Selmira Viebrantz, Silvia Virginia Coutinho Areosa

Resumo


O processo de envelhecimento é permeado por inúmeras modificações, tanto físicas, como sociais e psicológicas, gerando perdas graduais e inevitáveis, devendo ser considerada como uma fase da vida, não como uma doença. A produção de conhecimento, por sua vez, é um processo que nunca termina e há muitos enfoques a serem pesquisados sobre a velhice, o processo de envelhecimento e o idoso, propondo novas formas de compreensão do tema. Partindo dessa premissa, a Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) possui um Programa voltado à Terceira Idade e dentro deste um projeto de educação continuada, o UniAma ou Universidade do Adulto Maior, trata-se de um curso de extensão destinado a pessoas alfabetizadas, maiores de 60 anos. O curso possui uma carga horária de 540 horas/aula, distribuídas em quatro semestres com três disciplinas cada e tem por objetivo oferecer ao idoso um espaço de aprendizagem e trocas, com atividades educativas, organizativas, socioculturais e comunitárias, no intuito de propiciar a valorização das experiências, estimular a autonomia e o protagonismo social, e contribuir para um processo de envelhecimento ativo e saudável. A primeira turma iniciou em abril de 2014, e desde então o projeto tem aberto inscrições anuais. Este trabalho objetivou verificar o quanto determinados fatores, como a perda cognitiva, a depressão e a ansiedade estão presentes nos 52 idosos das duas primeiras turmas do UniAMa. Para isso, buscou-se conhecer melhor o perfil destes idosos através de uma análise quantitativa dos dados obtidos por meio dos instrumentos psicológicos: Mini Exame do Estado Mental (MEEM), Escala Beck de Ansiedade (BAI) e Escala de Depressão Geriátrica (GDS), aplicados no ano de 2014 e 2015. Através dos resultados foi possível observar que uma grande porcentagem de indivíduos (54%) dos idosos que responderam ao MEEM, não apresentam perda cognitiva, o restante demonstrou perdas, algumas significativas, chegando ao nível de demência (23%). A partir da Escala de Ansiedade nota-se a maioria (73%) se enquadram no nível mínimo, sendo que, poucos ficaram nos níveis leve (17%) e moderado (10%). A Escala de Depressão Geriátrica demonstra um índice alto de ausência de depressão (90%), obtendo uma mínima parcela de respostas para depressão ligeira (10%) e nula para depressão grave. Ao interpretar os testes utilizados percebe-se que, mesmo vivenciando a terceira idade, um número significativo de pessoas possui suas aptidões mentais na média, sendo poucos os que apresentaram respostas que indicam perdas significativas e patológicas. As maiores perdas são as cognitivas o que já é apontado pela literatura como esperado para a idade, levando-se em consideração que os alunos avaliados estão na faixa entre 60 e 82 anos de idade. Consegue-se associar o envelhecimento e a longevidade desta população com os cuidados e preocupações com o bem-estar físico e psicológico. A iniciativa de participação em grupos de educação continuada, segundo Ferreira, Teixeira e Neves (2014) auxilia o idoso a ser protagonista de sua vida, tornando-se cada vez mais autônomo, independente e vivendo com mais qualidade, por mais tempo.


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