Essa pesquisa faz parte do projeto intitulado Educação Popular e Pesquisa Ação-Participante: respostas descoloniais no contexto de transmodernidade na América Latina desenvolvido na Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC. A pedagogia freireana que teve ênfase nos anos 60, ligada aos movimentos populares, foi de grande importância para o campo de Educação de Jovens e Adultos-EJA. Paulo Freire acreditava que a educação deveria ser sinônimo de libertação, implicando na tomada de consciência dos educandos/as. Essa concepção de educação baseia-se no diálogo valorizando o conhecimento prévio do educando/a, fazendo, dessa forma, oposição a educação bancária. A partir dos Círculos de Cultura, em Pernambuco, seu "método" alcançou grandiosos resultados em relação ao analfabetismo. Com o sucesso dessa experiência, foi lançado o Plano Nacional de Alfabetização que tinha por objetivo espalhar o método de alfabetização de Freire por todo o Brasil. Porém, com a golpe e a instauração da ditadura, em 1964, o movimento foi interrompido e Paulo Freire exilado. Dessa forma, considerando a importância do educador no campo da Educação de Jovens e Adultos, o presente estudo, preocupou-se em compreender como sua pedagogia está sendo abordada na atualidade. A pesquisa realizada, têm como base de informações os trabalhos apresentados e publicados pelo GT 18: Educação de Pessoas Jovens e Adultas nos anais da Associação Nacional de Pós-Graduação em Pesquisa em Educação-ANPED. Buscou-se através da análise dos mesmos, verificar como a pedagogia freiriana está sendo abordada nas pesquisas do campo educacional da Educação de Jovens e Adultos. Para tanto, foram selecionados 80 trabalhos dos últimos cinco encontros anuais, de 2010 a 2015. Constatou-se, parcialmente, que a pedagogia freireana aparece em 44 trabalhos, considerando que em apenas 2 ela é objeto principal de estudo e no restante ela aparece mencionada/citada no desenvolvimento do trabalho e, por vezes, na metodologia. Destaca-se, também, que as ideias pedagógicas de Paulo Freire aparecem nos trabalhos com relevância a partir das compreensões e relações: experiência e educação; aspectos históricos (historicidade); mediação na aprendizagem; currículo; trabalho e educação; e formação de professores. Além disso, os resultados apontam que os livros mais referenciados foram: Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa (1996), Pedagogia do Oprimido (1968) e Pedagogia da Esperança: um reencontro com a Pedagogia do Oprimido (1992).