APROXIMAÇÃO DE INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO EM PROGRAMAS DE REABILITAÇÃO CARDIOVASCULAR E A CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DE FUNCIONALIDADE, INCAPACIDADE E SAÚDE-ICF

Marciele Renata dos Santos Alves, CASSIO ZUGE, MURILO REZENDE OLIVEIRA, TANIA CRISTINA MALEZAN FLEIG

Resumo


A reabilitação cardiovascular consiste em um somatório de atividades necessárias para garantir aos portadores de doença cardiovascular as melhores condições física, mental e social, a fim de levarem uma vida ativa e produtiva. Os programas de reabilitação cardiovascular formados por equipe multidisciplinar é composto de quatro fases, sendo a fase I imediatamente após o evento até a alta hospitalar; a fase II logo pós alta, durante seis a oito semanas, compreendida por atividades de fisioterapia; a fase III consiste em programa de exercícios físicos mais intensos; e a fase IV, no âmbito domiciliar. Para padronizar a linguagem em relação à funcionalidade, a Classificação Internacional de Fun­cionalidade, Incapacidade e Saúde (ICF) é a ferramenta adequa­da para identificar as condições de funcio­nalidade, as influências do ambiente e as características pessoais que interferem na qualidade de vida, auxiliando na comunicação e na troca de informações entre a equipe, e desta com os pacientes, além de permitir abordar as diferentes perspectivas de reabilitação. No programa de reabilitação cardiovascular do Hospital Santa Cruz são utilizados instrumentos de avaliação funcional como o questionário de DUKE, e ShuttleWakltest, ainda, questionário de Berlim para identificação de SAOS, Escala de Epworth a qual sugere a probabilidade de algum distúrbio do sono, e Manovacuometria que visa avaliar a força de musculatura respiratória, e portanto, relacionando os aspectos negativos da funcionalidade, perante a deficiência, a limitação da atividade, a restrição de participação e às barreiras ou obstáculos para a efetiva autonomia do sujeito. O objetivo foi relacionar os instrumentos de avaliação e a ICF em programa de reabilitação cardiovascular. No estudo observacional, descritivo e transversal, tendo como dados principais a análise dos instrumentos de avaliação utilizados. As informações foram transpostas para planilha de excel, sendo codificados através da ICF. Os testes funcionais, DUKE, ShuttleWakltest, e Manovacuometria, estão direcionados principalmente para os domínios referentes a função e estrutura do corpo. Sendo as categorias mais recorrentes: função respiratória (código b440), função dos músculos respiratórios (código b445) e estrutura dos membros inferiores (código s750). O questionário de Berlim, e Escala de Epworth, estão voltados para o domínio atividade e Participação, cujas categorias destacadas são comer (código d550), vestir-se (código d540) e lavar-se (código d510). Nenhum dos instrumentos de avaliação apontam para os fatores contextuais, sejam ambientais ou pessoais. Ao relacionar os instrumentos de avaliação com os domínios, as categorias e os códigos da ICF são referentes ao estado funcional do paciente, mas não o suficiente para se ter uma visão mais ampla da sua funcionalidade total, principalmente pela falta do domínio fatores contextuais, no componente de fatores ambientais. O que sugere reflexão acerca dos instrumentos de avaliação validados e a possibilidade da proposição de novos instrumentos de avaliação que atendam para a identificação e medição em versões para uso diário do profissional da saúde que reflita o contexto global de inserção do sujeito, levando em consideração o desempenho nos processos de reabilitação.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.