ASSOCIAÇÃO ENTRE CLAUDICAÇÃO INTERMITENTE E O ÍNDICE TORNOZELO-BRAQUIAL EM PORTADORES DE DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA

Caroline Franciele Waechter, Michele Saldanha, Litiele Evelin Wagner, Josiele Flávia do Couto, Dannuey Machado Cardoso, Dulciane Nunes Paiva

Resumo


A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) se caracteriza pela limitação ao fluxo aéreo de caráter persistente e progressivo decorrente de uma resposta inflamatória anormal das vias aéreas e do parênquima pulmonar às partículas nocivas ou gases inalados e a Doença Arterial Periférica (DAP) tem alta prevalência entre os portadores dessa patologia. A claudicação intermitente (CI) é o sintoma clássico da DAP e ocorre devido a redução do aporte sanguíneo ao tecido muscular esquelético dos membros inferiores (MI) durante o exercício, se caracterizando por dor ou desconforto na panturrilha, coxa ou região glútea. O Índice Tornozelo Braquial (ITB) se refere a um dos parâmetros utilizados para avaliar a menor perfusão arterial e assim diagnosticar DAP, podendo ser utilizado para avaliar alterações vasculares, estruturais e funcionais. Objetivou-se avaliar a associação entre ITB e presença de CI em portadores de DPOC. A metologia utilizada foi o estudo transversal que avaliou 51 portadores de DPOC clinicamente estáveis, de 40 a 80 anos de idade, com estadiamento segundo critério da Global Initiative for Lung Disease (GOLD) entre II a IV, no período de junho a outubro de 2015, sendo os mesmos triados no Ambulatório de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica e no Programa de Reabilitação Pulmonar (RP) do Hospital Santa Cruz, Santa Cruz do Sul – RS. Os pacientes avaliados eram ingressantes e, portanto, não reabilitados. Foi avaliado o peso, altura, índice de massa corporal (IMC), pressão arterial (PA), frequência respiratória (FR), frequência cardíaca (FC) e saturação periférica de oxigênio (SpO2) da amostra. Para a classificação do estadiamento da DPOC foi realizada avaliação espirométrica. O ITB foi avaliado nos membros superiores e inferiores por meio de esfigmomanômetro e doppler vascular portátil, sendo classificado em ITB normal (1 a 1,40 mmHg), limítrofe (0,91 a 0,99 mmHg), indicativo de Doença Arterial Periférica (DAP) < 0,90 mmHg, DAP leve (0,71 a 0,90 mmHg), DAP moderada (0,41 a 0,70 mmHg) e DAP grave < 0,40 mmHg). A presença de CI foi avaliada por meio do Questionário de Edimburgo naqueles com ITB limítrofe e com ITB indicativo de DAP. O cálculo do tamanho amostral se baseou no piloto do estudo com os 5 primeiros sujeitos incluídos, mantendo um poder estatístico de 80% e alfa de 5% para variável ITB, tendo sido prevista a abrangência de 25 pacientes. Os dados foram tabulados e analisados através do software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS, v. 20.0), com normalidade dos dados avaliada pelo teste de Shapiro-Wilk, sendo os mesmos expressos em média, desvio padrão e por distribuição de frequências. Associação entre presença de CI e ITB foi realizada através da regressão linear (p<0,05).  Como resultados obteve-se amostra (n=51) com idade média de 63,08 ± 6,9 anos e IMC de 26,5 ± 6,5 Kg/m2. Da amostra analisada, 37,3% apresentaram ITB normal para a presença de DAP, 40% foram classificados como limítrofes para DAP (n=15), dos quais 06 apresentaram CI e 23,5% (n=17) foram classificados como portadores de DAP, dos quais 04 apresentaram CI. Não houve associação significativa entre o ITB e a presença de claudicação intermitente (p=0,801). Concluiu-se que a presença de DAP ou a predisposição para o desenvolvimento da mesma não influenciou a ocorrência de CI.

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